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Cavaco espera que Portugal evite reestruturar dívida e alerta para “hora crítica”

cavacosilva4O Presidente da República, Cavaco Silva, lamenta “ziguezagues e cacofonia” dos responsáveis europeus, relativamente à crise da Grécia, e aponta um caminho para Portugal: “Nunca, nunca reestruturar a dívida”. O chefe de Estado considera que a Europa está numa “hora crítica” e não tem tempo para “hesitações e jogos de bastidores”.

Cavaco Silva diz que Europa atravessa “hora crítica” e lançou recados aos líderes europeus. O chefe de Estado, que participava, na Fundação Calouste Gulbenkian, na cerimónia de atribuição do Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores, abordou a crise grega e a possibilidade de Portugal ter de reestruturar a dívida.

Para o Presidente da República, esse caminho seria errado, numa altura em que, diz, a situação na Zona Euro e a crise da Grécia provocam um “ziguezague e uma cacofonia” que não fazem sentido nem se apresentam como solução.

“Reestruturar a dívida nunca é uma boa solução. Espero bem que Portugal nunca enfrente uma situação dessas”, avisou, temendo esse cenário, dados os obstáculos que têm surgido no caminho do Governo, na meta de cumprimento do défice.

Também hoje, mas noutro canal, Cavaco Silva deixou um recado aos líderes europeus, na véspera do Conselho Europeu de domingo. Na sua página oficial no Facebook, deixou uma mensagem crítica.

Segundo o chefe de Estado, “não há tempo para hesitações e jogos de bastidores”. Os líderes dos países europeus “devem estar à altura dos desafios”, num momento que classifica de “hora crítica para a Europa”.

Incomodado com o “avolumar de indefinições” relativamente às “medidas que o Conselho Europeu deveria tomar para a resolução definitiva da crise que atinge a Zona Euro”, considera que este é o momento de “exigir sentido de responsabilidade aos líderes europeus”.

Cavaco Silva lembra que a União Europeia “tem meios para enfrentar a crise”, desde que tome decisões inadiáveis, que passam por “garantir a estabilidade financeira” e o próprio “futuro da construção europeia”.

“Adiar [essas decisões] seria tornar mais difíceis e onerosas as soluções e pôr em risco o que duas gerações de europeus ergueram”, alerta o Presidente da República, que vai mais longe: a Europa “não tem tempo para hesitações, nem jogos de bastidores”.

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