Cavaco Silva, Presidente da República, comentou as agressões aos fotojornalistas, numa intervenção da PSP, lamentando “profundamente” o caso e sublinhando que é importante “que se saiba bem o que aconteceu”. Cavaco Silva considera que “tudo tem de ser clarificado”. O chefe de Estado acredita que os inquéritos que estão em curso vão esclarecer os contornos da carga policial.
Cavaco Silva comentou hoje as agressões a dois fotojornalistas, vítimas de uma intervenção da PSP, que tentava travar incidentes no Chiado, durante uma manifestação. “Lamento profundamente que dois fotojornalistas tenham sido atingidos durante os distúrbios a que as forças de segurança tiveram que fazer face”, afirmou o Presidente da República.
Durante uma conferência de Imprensa, o chefe de Estado foi confrontado com o incidente e recordou que estão em marcha diversas ações que pretendem esclarecer os pormenores das agressões. “Tudo tem de ficar clarificado”, afirmou Cavaco.
As agressões da PSP aos jornalistas da agência Lusa e da France Press ocorreram, durante as manifestações que no Chiado, em Lisboa, cujas circunstâncias o Presidente da República pretende ver esclarecidas.
Em declarações à Antena 1, Carla Duarte, subcomissária da PSP, argumenta que as vítimas de agressões foram confundidos com manifestantes que suscitaram a carga policial. “Dois seriam jornalistas, mas não tinham qualquer colete ou identificação”, refere a subcomissária.
Já em declarações à TSF, o comissário Fábio Castro, refere que aquela força de segurança está a proceder a uma análise à intervenção policial de ontem, durante a greve geral convocada pela CGTP.
Também o Ministério da Administração Interna tomou diligências para evitar que agressões a profissionais de comunicação se repitam. Num comunicado, o MAI revela que “convidará Sindicato dos Jornalistas e diretores de órgãos de comunicação social” para a realização de reuniões.
As reuniões do MAI não invalidam os inquéritos que decorrem, levados a cabo pela PSP e pelo IGAI, nem interferem nesses mesmos processos de averiguação, segundo refere o comunicado. O ministério da tutela pretende “conciliar a ordem pública” com o “direito à informação”.
Antes do comentário do Presidente da República, o incidente provocou também uma reação política, com o Bloco de Esquerda a apelidar a intervenção policial de “violência gratuita” e a exigir ao ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, que preste esclarecimentos no Parlamento.
Cavaco Silva não alimenta mais polémicas, mas pretende ver esclarecidos os pormenores do caso, que lamenta.