Nas Notícias

Cavaco “agravou divisões”, diz Seguro, que no congresso do PS responde ao discurso de 25 de Abril

cavaco silva2O discurso de 25 de Abril de Cavaco apela à união, mas António José Seguro considera que o Presidente da República dividiu o país. O congresso do PS, em Santa Maria da Feira, servirá de plataforma de resposta do secretário-geral às palavras do chefe de Estado, que a esquerda considera uma defesa do Governo e um discurso “partidarizado”.

António José Seguro vai reagir ao discurso de Cavaco Silva, proferido ontem, na Assembleia da República, durante as cerimónias de comemoração do 25 de Abril. O congresso do PS arranca hoje em Santa Maria da Feira e o secretário-geral socialista deverá responder a Cavaco, que apelou à união, num discurso que toda a oposição considera que está em linha com o ideal do Governo.

Cavaco pediu estabilidade e união, considerando que a austeridade chegou ao limite, mas não deve ser motivo para divisões e crises políticas. O PS e toda a esquerda reagiram de imediato. Carlos Zorrinho, líder parlamentar socialista, considerou que o discurso foi “partidarizado”. A restante esquerda acusou Cavaco de defender os ideais de um Governo que não cumpre o programa que apresentou aos portugueses.

Para António José Seguro, o Presidente da República “agravou as divisões existentes no país”, ao mesmo tempo que “comprometeu a posição de neutralidade que se espera do mais alto magistrado da nação”, revela Seguro numa entrevista concedida ao jornal Expresso, que será publicada amanhã.

Alguns comentadores fizeram leitura semelhante a António José Seguro. O socialista Jorge Coelho fala no “maior erro político” de Cavaco, que se coloca “ao lado do Governo”, num momento “grave”.

“Na sua intervenção, colou-se claramente a uma das partes de Portugal. E isso é mau, porque o Presidente da República tem de ser o presidente de todos os portugueses”, disse Coelho à SIC.

Também Pacheco Pereira fala em “erro político” de Cavaco. “Este discurso marca um antes e depois do exercício do Presidente da República”, que deixa de poder ser o “intermediário de um acordo político entre PSD e PS”.

“Quando fala do consenso, ele apresenta a questão de uma forma agressiva, relativamente ao PS”, defendeu Pacheco Pereira, na SIC.

O congresso do PS começa hoje, perante uma plateia de 1800 delegados. António José Seguro fará uma intervenção, na qual abordará o discurso de Cavaco Silva. Maria de Belém Roseira será eleita presidente do Partido Socialista.

Em destaque

Subir