O Uruguai é o primeiro país com um mercado legal de cannabis, que pode ser cultivada e consumida em casa. O objetivo, explica o Presidente Mujica, é “dar um golpe no narcotráfico”. O chefe de Estado deixa uma mensagem aos jovens: “nenhum vício é bom, o único que sugiro é o amor”.

No Uruguai, o cultivo e o consumo da cannabis é legal e o Presidente, José Mujica, sugere aos jovens que se viciem… no amor.

Ontem, o chefe de Estado ratificou a lei que regula o primeiro mercado legal de cannabis no mundo.

“Queremos dar um golpe no narcotráfico”, garantiu José Mujica, ao explicar as vantagens de legalizar um produto que o resto do mundo designa como droga.

“Nenhum vício é bom, o único que sugiro aos jovens é o amor”, aconselhou o Presidente uruguaio.

As preocupações quanto ao funcionamento deste mercado são “infinitas”, como reconheceu o secretário da Junta Nacional de Drogas (JND), Julio Calzada.

De acordo com o documento ontem ratificado, cabe ao Instituto de Regulamentação e Controle de Canábis (Ircca) supervisionar toda a cadeia produtiva: desde a importação de sementes à venda da substância em farmácias.

Esta venda tem um limite de idade (só acima dos 18 anos) e de quantidade: por mês, o cliente (que tem de ficar registado numa base de dados da Ircca) só poderá comprar até 40 gramas. O preço rondará os 0,70 euros por grama.

A legalização estende-se à produção caseira, desde que não ultrapasse as seis plantas.

Ao nível comercial, serão atribuídas seis licenças de produção, cuja cannabis só poderá ser vendida nas farmácias. Ainda este mês deve arrancar o concurso público para as duas primeiras licenças.

“A principal bandeira da lei é a luta contra o narcotráfico”, insistiu o Presidente: “no mundo do crime havia códigos, mas com o advento da cultura narco vale tudo, qualquer coisa. Metodologicamente, contagia todas as outras formas de crime. A luta será muito longa”.