Mundo

Cancro: Pó de talco ‘condena’ Johnson a indemnização de 72 milhões de dólares

A Johnson & Johnson foi condenada, por um tribunal de St. Louis, a pagar uma indemnização de 72 milhões de dólares à família de uma mulher que morreu de cancro do ovário. É a primeira vez que a justiça dos EUA valida a ligação entre a utilização de pó de talco e o risco de cancro.

A imprensa norte-americana antecipa já que esta é a primeira de muitas indemnizações, pois estão a correr mais de mil processos com base nos riscos cancerígenos do pó de talco.

A Johnson & Johnson terá de indemnizar em 72 milhões de dólares, cerca de 65 milhões de euros, à família de Jacqueline Fox, que morreu em 2015, com 62 anos, vítima de cancro do ovário.

O tribunal de St. Louis, no estado do Missouri, deu como provado que a empresa esteve consciente dos riscos do pó de talco e nunca alertou os consumidores para a possibilidade de virem a desenvolver um cancro.

“Estamos solidários com a família, mas acreditamos firmemente que a segurança do pó de talco cosmético é provada por décadas de evidência científica”, argumentou a Johnson & Johnson, que deverá apresentar o recurso em breve.

A defesa da empresa recebeu um importante contributo da Cancer Research UK, que admitiu não existirem provas científicas da ligação entre o uso do pó de talco e o cancro do ovário.

“Mesmo que exista um risco, é provavelmente pequeno”, salientou um responsável da associação britânica, citado pela BBC.

Jacqueline Fox, diagnosticada em 2012, alegou que usou, para higiene própria, um pó de talco para bebés da Johnson & Johnson durante mais de 35 anos.

Também nesse ano de 2012, a empresa anunciou que ia deixar de usar formaldeído e dioxane 1,4 (dois compostos cancerígenos), após anos de publicidade negativa, petições e ameaças de boicote por parte de alguns grupos de consumidores.

 

Em destaque

Subir