Cerca de 800 dos 1040 reclusos da prisão de Cascavel amotinaram-se. Até ao momento já foram confirmadas quatro vítimas mortais, duas por decapitação. Há também dois guardas feridos e outros dois feitos reféns pelos presos. O motim prossegue debaixo do cerco da Polícia Militar.

A grande maioria dos reclusos na Penitenciária Estadual de Cascavel, no oeste do Paraná (Brasil), cansou-se da falta de condições de higiene e da má alimentação e amotinou-se. O protesto envolve cerca de 800 dos 1040 presos.

Os reclusos contestam ainda a violência e abusos cometidos pelos guardas prisionais e reclamam do estado das infraestruturas da prisão.

A rebelião tem provocado vítimas entre os reclusos e os guardas prisionais. Quatro presos morreram, com dois deles a serem decapitados. Dois guardas ficaram feridos e outros dois foram feitos prisioneiros.

A Polícia Militar cercou o edifício da prisão e as autoridades suspenderam o fornecimento de água e eletricidade.

No local está o diretor do Departamento Penitenciário do Paraná, Cezinando Paredes, e a secretária de Justiça, Maria Tereza Uille Gomes, que lideram as negociações para libertação dos reféns.

Atirados do telhado

O motim teve início com o aprisionamento de um guarda que ia distribuir o pequeno-almoço. Este e outros reféns (reclusos) foram levados para o telhado da prisão, onde foram incendiados colchões e exibidos cartazes com a sigla do Primeiro Comando da Capital (PCC), uma organização criminosa cujos líderes estão distribuídos por várias prisões.

Pelo menos três pessoas foram lançadas de um dos telhados, a uma altura a rondar os 15 metros. As autoridades ainda não conseguiram resgatar os corpos para apurar se ainda estão vivas.

Dois presos foram decapitados, segundo revelou o Departamento Penitenciário do Paraná. Um deles foi um antigo polícia que fora condenado por furto e desvio de peças de veículos apreendidos.

Há muitos reclusos feridos que continuam sem acesso a cuidados médicos.