A estátua do cónego Eduardo Melo foi vandalizada com tinta e o PNR quer pôr mãos à obra. Em comunicado, o partido anuncia que vai “mobilizar militantes” para responder “com a civilidade e o voluntarismo” aos atos de vandalismo, “à cobardia e à destruição de património”.
A estátua do cónego Eduardo Melo, em Braga, continua envolta em polémica. Poucos dias depois de ter sido colocada, numa rotunda da cidade, foi vandalizado com tinta e com escritos como “fascista”, “assassino” e “padre Max”. A limpeza, contudo, poderá ficar gratuita para o município: o Partido Nacional Renovador oferece-se para o trabalho.
“É intenção do PNR contactar com a Câmara Municipal de Braga no início da próxima semana e mobilizar militantes do partido para esse efeito. À cobardia e à destruição de património, o PNR responde com a civilidade, a nobreza e o voluntarismo dos seus militantes”, adiantou o partido, num comunicado distribuído em Braga.
A estátua já estava ‘pintada’ de polémica ainda antes de ser colocada, no sábado. Na segunda-feira seguinte, alguns manifestantes exigiram a remoção, alegando que o cónego Melo “ficaria conhecido, após o 25 de Abril, por ter apoiado organizações de extrema-direita, apostadas no derrube do regime democrático, através de ações armadas que vieram a acontecer, com relevantes danos e vítimas humanas, e às quais deu cobertura moral e operacional”.
Entre essas “ações armadas”, os contestatários referem os “ataques a sedes de partidos democráticos, como o PCP, de sindicatos e de outras organizações de esquerda”, e ainda alguns atentados bombistas, “designadamente o que vitimou o padre Max”.
No dia seguinte à manifestação, a estátua apareceu manchada com tintas azul, na efígie, e vermelho, nos escritos feitos no pedestal. Em defesa do cónego, o PNR lembrou, no mesmo texto, que o homenageado “nunca foi condenado por qualquer crime” e que os “relevantes serviços” que prestou foram destacados pela Assembleia da República .
A colocação da estátua do cónego Melo foi decidida pelo executivo da Câmara, com o PS, em maioria, a votar a favor. A população respondeu com uma petição a exigir a remoção, que conta com mais de 1400 assinaturas.