O olinguito – não confundir com o olingo – é um parente do guaxinim que vive nas árvores. É a primeira espécie mamífera a ser identificada em todo o continente da América do Sul nos últimos 35 anos, como explicado pelos especialistas na revista ZooKey.

O olinguito, ou o Bassaricyon neblina, é o primeiro mamífero a ser identificado, nos últimos 35 anos, na América do Sul. A descoberta é apresentada na revista ZooKey por Kristofer Helgen, o cientista do Instituto Smithsonian (EUA) que estuda a espécie há uma década.

“De certo modo, estava escondido à vista de todos”, explicou Helgen. O olinguito, parente afastado do guaxinim, era sempre confundido com o olingo, um mamífero identificado no final do século XIX. Durante vários anos, a fêmea Ringerl viveu no Zoológico de Washington (EUA), que é administrado pelo próprio Instituto Smithsonian, entre 1967 e 1976, onde era apresentada como uma olinga. Os especialistas tentaram que Ringerl reproduzisse, mas a fêmea nada quis com os olingos. “Afinal, ela não era esquisita: só não pertencia à espécie certa”, salientou Helgen.

De pequeno porte, o olinguito é omnívoro, pesa cerca de um quilo quando adulto, vive nas árvores das florestas húmidas do Equador e da Colômbia e tem hábitos noturnos. Só têm um filho por cada gravidez. É apresentado, numa versão simplificada, como o ‘cruzamento’ entre um gato doméstico e um urso de peluche.

Só em 2006, através de uma comparação com as peles e esqueletos num museu, é que o investigador do Smithsonian se apercebeu que estava a estudar uma espécie nova. No mesmo ano, organizou a primeira expedição para identificar o olinguito.

“Quando lá chegamos encontramos um logo na primeira noite, quase como se estivesse à nossa espera”, adiantou Roland Kays, investigador do Museu de Ciências Naturais da Carolina do Norte (EUA) que também participou nessa expedição e que também assina o artigo de apresentação da espécie.