Economia

BPP: Rendeiro acusa Banco de Portugal após cinco anos de silêncio

bppO Banco de Portugal “conhecia” as estratégias do BPP e sempre as “consentiu”, acusa João Rendeiro. A resposta do fundador do banco, condenado a uma coima de 1,99 milhões de euros, surge após cinco anos de silêncio.

João Rendeiro ‘falou’ pela primeira vez sobre o escândalo do Banco Privado Português (BPP): a versão do fundador do banco é conhecida agora que o Diário Económico alega ter tido acesso à “defesa que apresentou ao Banco de Portugal” (BdP).

O órgão supervisor, que condenou 11 arguidos (particulares e sociedades) por infrações como falsificação de contabilidade, inobservância de regras contabilísticas e prestação de informação falsa ao BdP, com coimas de 11 milhões de euros, não só “conhecia como sempre consentiu” com a estratégia seguida pelo BPP.

Ao defender-se, João Rendeiro salientou que o BdP “não só conhecia como sempre consentiu na comercialização das estratégias de retorno absoluto com garantia de capital, cujos exactos termos de comercialização eram conhecidos pelo supervisor”. Com esta acusação, o fundador do BPP assegura que o regulador estava consciente e autorizava o banco a comercializar os produtos de investimento com garantia de capital, apesar das responsabilidades nunca serem refletidas no balanço.

Quando o banco pediu auxílio ao supervisor, em novembro de 2008, o BdP fez saber que desconhecia a existência de garantias de capital. É mentira, segundo a versão apresentada por João Rendeiro. “Se a crise dos mercados mundiais não tivesse ocorrido, com a virulência que a caraterizou, não teriam existido as situações descritas na Acusação ou, pelo menos, não teriam tido a acuidade que tiveram”, reforçou o ex-banqueiro.

João Rendeiro, que a 4 de fevereiro vai começar a responder no processo-crime sobre o banco, foi o principal visado entre os nove ex-gestores condenados pelo BdP: coima de 1,99 milhões de euros e dez anos de inibição do exercício de funções na banca em Portugal.

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