Nas Notícias

Base das Lajes: Embaixador dos EUA “não está disponível” para o Parlamento

base das lajes O Parlamento português queria ouvir o embaixador norte-americano sobre a decisão dos EUA em reduzir pessoal na Base das Lajes. Queria, porque Robert Sherman recusou explicar-se: o diplomata respondeu que “não estará disponível para comparecer” na comissão dos Negócios Estrangeiros.

Os EUA vão reduzir a presença militar na Base das Lajes e o diplomata que representa o país em Portugal, Robert Sherman, não está “disponível” para explicar tal decisão.

Foi Filipe Lobo d’Ávila, deputado do CDS, quem revelou que o Parlamento chamou o embaixador dos EUA à comissão parlamentar dos Negócios Estrangeiros, com Sherman a dar uma ‘nega’ ao pedido de audição apresentado pelo PSD.

O diplomata “deu nota de que não estará disponível para comparecer nesta comissão, alegando uma interpretação da lei norte-americana”, esclareceu Lobo d’Ávila, que hoje presidiu à reunião da comissão.

Para além de reduzir o efetivo militar, os EUA vão também dispensar centenas de portugueses que trabalham ou prestam apoio ao contingente norte-americano estacionado na Base das Lajes.

Pelas contas apresentadas até ao momento, os EUA vão reduzir a presença de 650 para 165 civis e militares norte-americanos e de 900 para 400 trabalhadores portugueses.

A recusa do embaixador irritou o PSD, com o deputado António Rodrigues a salientar que “não havia necessidade de invocação da lei norte-americana” e frisando que outros diplomatas aceitaram, nem que fosse por cortesia, comparecer em audição parlamentar.

“Que fique claro que lamentamos esta resposta por parte do embaixador americano, até porque tivemos o cuidado de não requerer a sua presença, mas de o convidar para nos prestar alguns esclarecimentos”, argumentou o deputado social-democrata.

António Rodrigues acrescentou que o Governo português “não foi formalmente notificado” da decisão norte-americana de reduzir a presença na Base das Lajes, pelo que esta recusa do diplomata foi uma ‘ferramenta’ para adiar as explicações solicitadas por Portugal.

Foi, para o deputado do PSD, “uma forma de, nesta fase, não querer prestar os esclarecimentos que poderiam ser úteis quanto à posição dos Estados Unidos”.

O PS, por Paulo Pisco, também lamentou que “não haja disponibilidade do embaixador para prestar esclarecimentos”, até porque esses seriam úteis “para contrabalançar posições”, mas não se alongou nos comentários para não se “imiscuir” em algo que, considerou, “é do foro próprio dos Estados Unidos”.

A comissão aprovou já as audições de Rui Machete (ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros), Vasco Cordeiro (presidente do Governo regional dos Açores), Roberto Monteiro (presidente da Câmara da Praia da Vitória) e de Álamo de Menezes (presidente da Câmara de Angra do Heroísmo e Conselho de Ilha).

Em destaque

Subir