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Banco Mundial revê em baixa crescimento de Angola e prevê contração de 1,8% em 2018

O Banco Mundial reviu em baixa a previsão de crescimento económico de Angola para 2018, estimando agora uma contração de 1,8 por cento em vez de uma expansão de 1,6 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

A revisão, feita pelos peritos do Banco Mundial no relatório ‘Perspetivas Económicas Globais”, divulgado hoje, representa uma inversão de 3,5 pontos percentuais relativamente às previsões feitas há 12 meses atrás.

O relatório refere que Angola e também Guiné Equatorial registaram uma quebra no PIB devido ao declínio na produção de matérias-primas, no caso angolano do petróleo.

Países que dependem da exportação de matérias primas sofreram não só devido à queda dos preços, mas também da confiança dos investidores devido às “vulnerabilidades externas e condições domésticas frágeis”, perfil que Angola partilha com a Argentina, África do Sul ou Nigéria.

No entanto, o Banco Mundial espera que, após uma contração significativa, Angola, tal como a Argentina e o Irão, registem uma recuperação económica gradual.

Em Angola, o setor petrolífero deverá beneficiar do início de produção de novos blocos de exploração e também de reformas para melhorar o ambiente de negócios, indica a instituição.

As projeções económicas para Angola são mais otimistas para este ano, quando se espera um crescimento de 2,9 por cento do PIB, que deverá continuar a subir 2,6 por cento em 2020 e 2,8 por cento em 2021, mais 0,7 e 0,2 pontos percentuais do que as estimativas anteriores, indica o mesmo documento.

No relatório de janeiro de 2018, o Banco Mundial tinha antecipado uma expansão económica 0,7 pontos mais que a estimada em junho de 2017, para 1,6 por cento do PIB graças a “uma transição política de sucesso a melhorar a possibilidade de reformas que melhorem o ambiente de negócios”.

A contração económica de Angola, associada ao crescimento fraco da Nigéria (1,9 por cento) e África do Sul (0,9 por cento), é responsável pelo desempenho abaixo da média da África Subsaariana, que em 2018 deve crescer 2,7 por cento, uma revisão em baixa de 0,4 pontos percentuais face ao previsto em junho.

Este cenário reflete “uma expansão lenta nas maiores economias da região perante um crescimento moderado do comércio, condições financeiras restritivas e preços fracos para metais e produtos agrícolas”.

Espera-se que o crescimento regional atinja os 3,4 por cento em 2019 e uma média de 3,7 por cento em 2020-21, “dependendo da redução da incerteza política e mais investimento nas grandes economias, juntamente com um crescimento robusto contínuo em países com recursos não intensivos”, pode ler-se no documento.

O crescimento do rendimento per capita é deverá permanecer bem abaixo da média a longo prazo em muitos países, gerando pouco progresso na redução da pobreza.

Os principais riscos para os países africanos subsaarianos incluem, segundo o Banco Mundial, a “possibilidade de crescimento mais lento do que o projetado na China e na zona euro, novas quedas nos preços das matérias-primas, um forte aperto das condições de financiamento global, derrapagem fiscal, paralisação das reformas estruturais e conflitos”.

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