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Babuínos do Cabo obrigados a procurar comida dentro das casas dos humanos

babuinos cabo210babuinos caboA expansão da cidade do Cabo, na África do Sul, está a ser feita à custa do habitat de muitas espécies animais. Os babuínos são a face mais visível, chegando a entrar em apartamentos à procura de comida.

Os conflitos entre os babuínos e os humanos estão a atingir grandes proporções na cidade do Cabo, na África do Sul. Com um habitat cada vez mais reduzido, os primatas são obrigados a procurar alimento nas cidades, invadindo cada vez mais propriedades humanas. No Cabo começa a despontar uma guerra, com várias pessoas a usarem armas para expulsar os ‘invasores’.

O problema agrava-se porque o babuíno é, desde 1999, uma espécie protegida na península do Cabo. As retaliações dos humanos são feitas com armas de paintball e spray de pimenta, pelo que a situação continua sem resolução e, todos os dias, os bandos avançam para as casas térreas e até para os prédios, escalando vários andares até conseguirem entrar pelas janelas abertas.

As primeiras incursões tinham como alvo os caixotes de lixo, as áreas de picnic e algumas lojas de restauração, mas agora há pessoas que se queixam de nem poderem sair de casa. “Ninguém percebe o que está a acontecer, é um pesadelo”, contou uma mulher, ao Daily Mail, explicando que um babuíno roubou as compras da mão da filha: “ela ficou muito traumatizada. Não podemos nem sair de casa e ninguém faz nada”.

Uma “bomba-relógio”

“Estamos a lidar com uma bomba-relógio. Alguém tem de fazer alguma coisa”, exige Jean Naude, proprietário de um vinhedo que é ‘visitado’ por cerca de 40 babuínos: “na primavera eles comem os brotos e as uvas no verão. Se fosse permitido já os tínhamos abatido”.

Rachel Noser, especialista em comportamento animal, assegura que “os babuínos não tem intenção de magoar as pessoas”, argumentando: “eles apenas querem comida de qualidade no menor tempo possível. Se a porta estiver aberta, eles sentem o cheiro da comida e entram. É mais fácil do que ter que andar quilómetros e não correm o risco de serem comidos por um leão ou um puma”.

Apesar da espécie protegida, estes ‘avanços’ dos babuínos por territórios urbanos custa a vida a dezenas de animais por ano. As autoridades, que gerem um sistema de controlo que envolve guardas-florestais e uma central de atendimento por telefone, admitem um aumento dos casos de agressões a babuínos nos últimos anos.

“Fotos da década de 1950 mostram pessoas sorridentes com babuínos sentados nos carros e as cartas descrevem picnics com babuínos a roubarem sanduíches. O que mudou desde então? Parece que apenas a nossa atitude. Agora vivemos com medo da lei, preocupados com a segurança, e esquecemos que violência gera violência. Os que tratam os babuínos com respeito e compreensão, tomando as devidas precauções para minimizar a interação, parecem ter menos problemas”, comentou a ativista Jenni Trethowan.

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