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Aumentam casos de violência contra venezuelanas na Colombia

O número de mulheres e crianças venezuelanas que atravessam a fronteira para a Colômbia está a aumentar, e também os casos de violência verbal e abuso físico, denunciou hoje a organização não governamental (ONG) International Rescue Committee (IRC).

De acordo com um comunicado divulgado por esta organização internacional norte-americana que presta ajuda a refugiados, muitas mulheres que deixaram a Venezuela para fugir à grave situação no país, enfrentam “grandes desafios” na Colômbia.

“As venezuelanas estão a adotar medidas extremas para conseguir providenciar as necessidades básicas para as suas famílias, incluindo o recurso ao trabalho sexual”, segundo os grupos de assistência do IRC que estão a dar apoio em seis cidades da Colômbia.

Um dos grupos de apoio indicou que até profissionais de saúde, nomeadamente médicas venezuelanas, estão a recorrer ao trabalho sexual, ou são vítimas de violência verbal, abuso físico, e mostram medo de que os filhos sejam raptados, sobretudo as raparigas, devido à situação precária em que se encontram.

International Rescue Committee é uma entidade criada em 1933, por sugestão do cientista Albert Einstein, para reconstruir zonas de guerra e ajudar refugiados, e atua em mais de 40 países.

De acordo com a entidade, mais de 5.000 venezuelanos estão a deixar o seu país diariamente, depois de anos a passar fome e sem assistência médica adequada.

O IRC tem estado a intervir na Colômbia dando apoio a mulheres grávidas e a crianças pequenas, com dinheiro para comprar comida e outras necessidades, e também com assistência psicológica para as vítimas de trauma, segundo o presidente da entidade, David Miliband.

“Pedimos aos governos dos vários países envolvidos para reconhecerem a necessidade vital de respeitar as leis internacionais, incluindo a proibição de restringir medicamentos e comida aos refugiados”, apelou.

David Miliband disse que a crise na Venezuela foi exportada para os seus países vizinhos devido aos milhares de pessoas em fuga e “exige uma atenção humanitária e diplomática muito elevada”.

“A população que foge da Venezuela é cada vez mais diversificada e está mais desesperada do que nunca”, alertou.

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