As 24 Horas de Le Mans deste ano ficam marcadas, não apenas pelo domínio, esperado, da Audi, mas também pela primeira vitória de um protótipo híbrido na clássica francesa e do fantástico triunfo de Pedro Lamy na categoria GTE AM.
Contudo, o monopólio do pódio final não foi sinónimo de uma prova tranquila da Audi. Isto porque enquanto estiveram em prova os Toyota deram uma boa e surpreendente réplica, ficando por saber o que poderiam fazer os pilotos dos TS030 sem os percalços ocorridos após o forte começo da corrida.
Primeiro foi Anthony Davison a protagonizar um aterrador acidente com o Toyota nº 8, quando colidiu com um retardatário e voou para os rails, felizmente sem mais graves consequências para o britânico do que umas dores nas costas.
Depois foi Kazuki Nakajima a começar o calvário do Toyota nº 7 com a colisão no revolucionário DeltaWing Nissan, antes do último TS030 sobrevivente ser obrigado a claudicar definitivamente com problemas de motor.
Pensou-se que a partir daí a prova dos Audi seria processional. Mas não, três dos quatro carros da marca alemã envolveram-se em colisões com retardatários acabando por custar algum atraso. Só que a ‘máquina’ montada da equipa Joest conseguiu sempre reconstruir os R18 nº3, 2 e 1 e coloca-los na senda do pódio.
As coisas complicaram-se na manhã de domingo, com a luta entre os pilotos dos Audi e-Tron, com Marcel Fassler a imitar André Lotterer no despiste da madrugada, e Allan McNish a imitá-lo pouco depois. O grande avanço dos carros nº 1 e nº 2 permitiu-lhes no entanto manter as duas primeiras posições, diante de um carro nº 4 que foi o que menos percalços sofreu no seio da marca dos quatro anéis.
E se Fassler, Lotterer e Benoit Treluyer puderam reeditar o triunfo de 2011 em Le Mans, Pedro Lamy pôde brilhar na categoria GTE AM, numa ponta final épica em que o português do Corvette nº 50 manteve um duelo emocionante com o Porsche nº 60 da IMSA Matmut.
Os franceses Patrick Bornhauser e Julien Canal, embora mais lentos do que Lamy, souberam manter um ritmo constante a bordo do carro da Larbre Competition, e isso acabou por permitir que a poucas horas do fim, e depois de um começo de corrida complicado, estivessem na luta pela vitória.
A última paragem nas boxes marcou decisivamente o despique, com Pedro Lamy a perder pouco tempo e aproximar-se perigosamente de Anthony Pons, depois do francês da IMSA ter feito o último reabastecimento do Porsche, mais veloz em reta do que o Corvette do português, acabando que este arrebatasse definitivamente a primeira posição a menos de 20 minutos do fim da corrida.
Classificação final
1º Lotterer/Fassler/Treluyer (Audi R18 e-Tron Quattro) 378 voltas
2º McNish/Capello/Kristensen (Audi R18 e-Tron Quattro) + 1 volta
3º Jarvis/Bonanomi/Rockenfeller (Audi R18 Ultra) + 3 voltas
4º Prost/Heidfeld/Jani (Lola B12/60 Toyota) + 11 voltas
5º Gene/Dumas/Duval (Audi R18 Ultra) + 12 voltas
6º Brabham/Dumbreck/Chandhok (HPD ARX 03a Honda), + 21 voltas
7º Potolicchio/Dalziel/K-Smith (HPD ARX 03b) + 24 voltas
8º Thiriet/Beche/Tinseau (Oreca 03 Nissan) + 25 voltas
9º Perez Companc/Kaffer/Ayari (Oreca 03 Nissan) + 26 voltas
10º Ragues/Panciatici/Rusinov (Oreca 03 Nissan) + 27 voltas
(…)
20º Bornhauser/Canal/Lamy (Corvette C6 ZR1) + 49 voltas
21º Pons/Armindo/Narac (Porsche 911 RSR) + 50 voltas