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Assessor que passou pelo PSD ganha 1900 euros, assegura Barreto Xavier

barreto xavier 210O secretário de Estado da Cultura nomeou João Póvoa, ex-consultor do PSD, como assessor para ter “alguém com quem empatize”. “Deixem-me gerir os meus recursos humanos”, apela Barreto Xavier, quando comentando o “salário de 1900 euros” do assessor.

Jorge Barreto Xavier, secretário de Estado da Cultura, comentou ontem a nomeação como assessor de um antigo consultor do PSD. A escolha de João Póvoa, de 24 anos e com uma remuneração de 3069,33 euros por mês, foi motivada pela necessidade de contar com uma pessoa de confiança no gabinete: “tenho o direito de escolher alguém com quem empatize”.

“O Governo tem de ser escrutinado, mas por favor deixem-me gerir os meus recursos humanos”, apelou o governante, durante um encontro informal com os jornalistas que tinha como tema o orçamento do setor para 2014. Porém, as explicações sobre a nomeação do antigo consultor do PSD dominaram a reunião.

“Com os cortes, estamos a falar, no contexto líquido, de um salário de 1900 euros e de gente que trabalha sete dias por semana sem receber horas extra”, sustentou o secretário de Estado, que nomeou o assessor com uma remuneração equivalente à de um adjunto por existirem “tabelas remuneratórias estabelecidas por lei”.

“Foi inocente da parte do João, que até foi o melhor aluno do seu ano, colocar no currículo que fez um estágio no PSD? Se calhar foi”, reforçou Barreto Xavier, negando que esteja a partidarizar o gabinete: “por vezes envereda-se por lógicas alarmistas e assumem-se as coisas de forma demagógica”.

Sobre o tema do encontro informal, o secretário de Estado explicou o corte de 15 milhões no orçamento para a Cultura, que em 2014 terá 174 milhões para aplicar: “a saúde e a educação dos portugueses não são mais importantes que a cultura, mas todo o Governo está solidário quanto à necessidade de reduzir a despesa”.

Ao orçamento faltam ainda 11 milhões de euros para o cinema, o montante que os operadores de televisão por subscrição deveriam ter pago devido à taxa inscrita na lei do cinema e do audiovisual. Os operadores recusam o pagamento (3,5 euros por cliente) e o Governo não quer entrar em “antagonismo”.

“Neste momento, as verbas em dívida estão em execução fiscal. Espero que não seja necessária a fase contenciosa, mas se for preciso avançaremos para o tribunal”, complementou Barreto Xavier.

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