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As eleições ganham-se “com mentiras”, diz Medina Carreira, que critica OE2013

medina carreiraMedina Carreira foi cáustico com o poder político, afirmando que em Portugal as eleições ganham-se à custa de “mentiras”, escondidas em “trezentas páginas que ninguém lê”, nos programas eleitorais. O antigo ministro tece críticas à austeridade do executivo de Passos Coelho e antevê o fracasso das políticas previstas no Orçamento de Estado.

Portugal tem a sentença traçada e o fracasso económico é, para Medina Carreira, o que espera o País. O antigo ministro com a pasta das Finanças apontou o dedo ao Governo e à própria Democracia, considerando-se que para se vencerem eleições é necessário ocultar a verdade.

“Não é possível governar Portugal tendo como base um programa eleitoral verdadeiro. As eleições ganham-se com mentiras. Mentiras que estão escondidas em duzentas ou trezentas páginas, que ninguém lê”, disse Medina Carreira, durante uma intervenção numa conferência, que discutia a proposta de Orçamento de Estado para o próximo ano.

Nesta ação, que decorreu em Lisboa e foi organizada por uma sociedade de advogados, Medina anteviu o futuro de Portugal, considerando que, com estas políticas, o fracasso do país é uma certeza mais do que absoluta. “A cruzada das contas públicas está destinada a um grande fracasso” anteviu o antigo ministro do Governo de Mário Soares.

Segundo sustenta Medina Carreira, o caminho do corte da despesa deixou de ser prioritário. Enquanto o aumento de impostos ganhou preponderância, nos Orçamentos de Estado das últimas décadas.

Em 1990, gastávamos com o Estado Social 67 por cento dos impostos. Em 2000, 75 por cento e em 2010 gastávamos 88 por cento. Hoje, grande parte dos impostos é para o Estado Social”, assinala Medina Carreira.

O antigo ministro assinala, por outro lado, uma incoerência entre o que se exige do Estado e aquilo que o Estado pode garantir. “Toda a gente acha que a Saúde tem de ser boa, que a Educação tem de ser melhor, que os pensionistas não podem ser atingidos, que os funcionários públicos têm um contrato com o Estado para a vida. E é neste contexto entre o que as pessoas pensam e o que é a nossa realidade que reside o grande problema. A projeção que eu fiz é que, em 2020 seriam precisos 120 por cento dos impostos para assegurar as pensões da Segurança Social”, anteviu Medina Carreira.

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