Cultura

Anne Frank: ‘Diários’ vandalizados em bibliotecas de Tóquio

anne frank 210anne frankDezenas de exemplares do “Diário de Anne Frank” foram vandalizados em várias bibliotecas públicas de Tóquio. As autoridades não conseguem explicar esta “campanha de ódio” contra as obras sobre a adolescente judia morta às mãos dos nazis durante a II Guerra Mundial.

Centenas de exemplares do “Diário de Anne Frank”, assim como de outras obras sobre a adolescente judia morta às mãos dos nazis durante a II Guerra Mundial, têm sido vandalizados nas bibliotecas públicas de Tóquio, no Japão.

Na maioria dos casos – há já mais de 250 exemplares vandalizados – foram arrancadas várias páginas do ‘Diário’ que Anne Frank escreveu no sótão da casa em Amesterdão (Holanda) onde se tentava esconder dos nazis.

“Não sabemos por que razão isto aconteceu”, admitiu Satomi Murata, diretor do conselho de bibliotecas públicas de Tóquio, citado pela AFP.

“Temos queixas de cinco dos 23 distritos de Tóquio, mas ainda não sabemos quantas bibliotecas foram afetadas ao certo”, acrescentou.

O motivo é desconhecido, assim como os responsáveis pelos atos de vandalismo. Uma investigação está a ser conduzida pela polícia japonesa, que revelou a existência de várias denúncias sobre o caso.

Para além dos ‘diários’ e de outras obras sobre a adolescente judia foram ainda vandalizados livros que abordam a perseguição aos judeus durante o período nazi.

“Pedimos às autoridades japonesas que identifiquem os autores desta campanha de ódio e que resolvam a questão. Anne Frank é estudada e reverenciada por milhões de japoneses”, comentou o diretor do Centro Simon Wiesenthal, Abraham Cooper, numa entrevista à BBC.

“Somente as pessoas imbuídas de ódio e intolerância destruiriam as históricas palavras de coragem, amor e esperança de Anne perante a sua morte iminente”, acrescentou.

Traduzido no Japão desde dezembro de 1952, o “Diário de Anne Frank” tem estado entre os mais populares e apreciados no país. São até realizadas “competições em que os adolescentes japoneses tinham que refletir sobre a experiência de Anne Frank”, como revelou Rotem Kowner, professor de história e cultura japonesa, em declarações à BBC.

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