O ato de amamentar vai passar a ser um serviço pago em Inglaterra. Para combater uma das piores taxas de aleitamento materno do mundo, o Governo vai pagar às mães que moram nas regiões de Derbyshire e South Yorkshire, consideradas as mais pobres do país.
Amamentar é um ato natural, mas nas zonas mais pobres de Inglaterra é, porém, visto como um estigma. O Reino Unido tem das piores taxas de aleitamento do mundo e, para melhorar esse indicador, o Governo vai lançar um projeto que tem tanto de pioneiro como de polémico: vai pagar às mães que amamentarem os filhos.
Apesar do Serviço Nacional de Saúde britânico recomendar o aleitamento materno no primeiro semestre de vida do bebé, as estatísticas demonstram que essa prática é de apenas 34 por cento. “Os bebés que são amamentados têm menos problemas de saúde, como dores de barriga e infeções pulmonares, e são menos propensos à diabetes e obesidade na idade adulta”, explicou Clare Relton, professor na Universidade de Sheffield (que coordena a iniciativa), citado pela BBC.
O projeto vai ser promovido nas duas regiões mais pobres de Inglaterra: Derbyshire e South Yorkshire. Nas primeiras seis semanas, as cerca de 130 mães envolvidas vão receber vales de compras de 120 libras (142 euros), valor que aumenta para 200 libras (237 euros) se continuarem a amamentar durante os primeiros seis meses de vida do bebé.
Se resultar, a iniciativa será alargada a todo o país em 2014. Porém, mesmo no Governo que lançou o projeto há quem não acredite no sucesso, como acontece com Dan Poulter, o ministro da Saúde: “não acredito que os incentivos financeiros sejam a melhor forma de encorajar as mães a amamentar”.
