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“Ainda hoje acordo em sobressalto com as imagens de horror”, conta Patrício

Carta de rescisão do guarda-redes do Sporting apresenta novidades sobre o ataque na Academia de Alcochete. Rui Patrício conta que Gelson recebeu um SMS de um elemento da claque, a “avisar que os agressores estavam a chegar para fazer merda”. E salienta que ainda não esqueceu o episódio. “Ainda hoje acordo de noite, em sobressalto, com as imagens de horror”, escreve.

O ataque em Alcochete é um dos argumentos apresentados por Rui Patrício, na rescisão unilateral que apresentou à direção do Sporting.

Na sua argumentação, Patrício advoga que o ataque à academia de Alcochete “não foi um ato isolado “que pudesse escapar à capacidade de previsão dos dirigentes da SAD”.

“Já tinham ocorrido demasiados episódios de agressividade e ameaças contra os jogadores que para que fosse imperioso prever e prevenir a sua continuação reforçando as condições de segurança”, salienta.

O guarda-redes faz um relato detalhado desse ataque, da forma como o viveu, das agressões de que foi vítima.

O capitão leonino conta que “40 indivíduos barricaram os jogadores no balneário”, perguntando por quatro jogadores: William, Battaglia, Acuña e o próprio Rui Patrício.

“Uma pessoa agride o William, eu meto-me à frente para o separar do William, e ele agarra-me o braço e tenta torcê-lo e meter atrás das costas e a empurrar-me. Consegui tirar o braço, depois veio outro e pára à minha frente, quando diz ‘queres ir-te embora filho da puta’, ‘partimos-te a boca toda’ e faz o gesto como se me fosse agredir”, detalha o guarda-redes.

“Instalou-se um clima de terror e de caos no balneário: Jorge Jesus sangrava, Bas Dost na marquesa também a sangrar, jogadores em pânico, vários funcionários e Manuel Fernandes desorientados”, sustenta.

“Todos tememos pela nossa vida. A partir de determinada altura, o descontrolo era tal que senti que podia não sair dali com vida. Ainda hoje acordo de noite, em sobressalto, com as imagens de horror que retive e revejo, não consigo pensar em voltar àquele local”.

Rui Patrício conta que Gelson Martins recebeu um SMS, que foi lido apenas depois das invasões no centro de treinos.

“Gelson reparou, já depois de terminado o ataque, que tinha recebido uma mensagem de um adepto, seu conhecido e da claque, a avisar que os agressores estavam a chegar para fazer merda”, revela Patrício.

 

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