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Advogado de Rúben Couto exige investigação à morte do seu cliente

“Eu pergunto-me: numa cela, isolado, com monitorização hora a hora, como é que tem ligaduras que não precisava (se é que usou ligaduras) e um local para ficar suspenso?”, afirma Miguel Matias, advogado de Rúben Couto, em declarações à CMTV. O causídico esclarece, no entanto, que não tem informação sobre a causa da morte.

Rúben Couto, estudante de psicologia que matou a colega Beatriz Lebre, foi encontrado sem vida, na cela onde se encontrava detido, no Estabelecimento Prisional de Lisboa, sendo que se suspeita de suicídio.

O advogado do homicida confesso de Beatriz Lebre exigiu, nesta segunda-feira, uma investigação ao caso. Miguel Matias não sabe a causa da morte e não tem informação que valide a tese de suicídio. Pelo contrário: não consegue compreender como terá sido possível essa ocorrência.

“Não sei se foi suicídio ou não. Há contornos que urge clarificar. O Estabelecimento Prisional tem de esclarecer. E o Ministério da Justiça tem de investigar. Se foi suicídio, o Rúben não é um caso isolado. No dia posterior à detenção do Rúben, outro recluso suicidou-se, na cela ao lado. Não sei se há estatísticas sobre esta realidade, mas isto é preciso esclarecer”, revelou, nesta segunda-feira, em declarações à CMTV.

Depois da tentativa de suicídio, Rúben estava a ser monitorizado hora a hora, mesmo durante a noite.

“Ele era acordado durante a noite. Estava na cela 22, 23 horas por dia”, explica o causídico, que não consegue compreender um cenário de eventual enforcamento.

“O pai e a mãe só estiveram com ele uma vez. E confirmaram-me que ele já não tinha ligaduras. Eu pergunto-me: numa cela, isolado, com monitorização hora a hora, como é que tem ligaduras que não precisava (se é que usou ligaduras) e um local para ficar suspenso? O Rúben tinha mais de um metro e oitenta… Se é que foi enforcamento – eu não sei”, realça.

O advogado recorda que Rúben foi agredido na prisão, depois de sair do confinamento:

“Quando saiu da ala de confinamento, passou para outra ala e a primeira coisa que lhe aconteceu foi ser agredido por outros reclusos. Atualmente, estava numa cela individual, mas nessa mesma ala. Infelizmente, em cadeias que o Estado não cuida, acontecem coisas destas”.

Miguel Matias lembra agora que, quando o Ministério Público pediu a prisão preventiva de Rúben Couto, alertou para o perigo de vida que o seu cliente correria.

“O Ministério Público desvalorizou, na altura, mas eu requeri e assim foi. O meu cliente foi entregue ao cuidado e guarda do Estado, para que não acontecesse o que veio a acontecer”, disse.

Nos estúdios da CMTV, o advogado contou ainda que falou com o seu cliente na véspera da sua morte. “Falei com ele anteontem. Estava bem, aparentemente bem, já não tinha as ligaduras que lhe foram colocadas aquando da primeira tentativa de suicídio. A cicatriz no pulso esquerdo estava já fechada”, refere.

“No dia posterior à detenção do Rúben, outro recluso suicidou-se, na cela ao lado”

O homicida, recorde-se, confessou às autoridades, em maio, que assassinou Beatriz Lebre, de 23 anos. Uma paixão não correspondida terá estado na origem do crime.

Desde a detenção, Rúben tentou suicidar-se, na cadeia.

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