Vítimas dos incêndios “desesperam com a burocracia”, diz bispo do Algarve
Perante a “tragédia” do incêndio de Monchique, o bispo do Algarve apelou às autoridades que ‘despachem’ a ajuda às vítimas. “A burocracia faz desesperar quem espera”, alertou Manuel Quintas.
Sem se referir às ajudas públicas para a reconstrução de Pedrógão Grande e outras áreas afetadas pelos grandes incêndios de 2017, o clérigo frisou a importância dessas ajudas chegarem ‘a tempo’ às vítimas.
“A burocracia faz desesperar quem espera”, alertou, em declarações à Renascença.
“Se há de facto subsídios de Estado para esses apoios, que se ponham em prática e com urgência. Perde-se muito tempo, se for possível que se abrevie, porque quem perdeu a casa quer regressar e vê-la reconstruída o mais rapidamente possível”, afirmou o bispo.
“Que se façam esforços de simplificar os apoios a quem precisa”, insistiu Manuel Quintas.
O religioso adiantou que todos os dias, desde o início do incêndio de Monchique, tem procurado ir à serra para contactar diretamente com as populações afetadas.
O objetivo é proporcionar o conforto possível e perguntar como se pode ajudar.
“Faço este apelo para que haja coragem de fazer todas as perguntas que devem ser feitas e que haja igual coragem para dar respostas a essas perguntas”, salientou.
O bispo do Algarve pediu “coragem” às autoridades para assumirem as “respostas” no combate ao fogo, que “não podem ficar apenas num número de efetivos, seja humanos, seja terrestres e aéreos”.
“Verificamos que não basta serem muitos. Felizmente eram muitos, se não fossem talvez tivesse sido pior ainda, mas talvez seja necessário avançar mais e olhar para a qualidade da resposta e a da prevenção”, denunciou.