Empresários da diversão não aceitam a subida do IVA no setor, dos seis para os 23 por cento. Assim, levaram a cabo um protesto nas imediações da Assembleia, que estão transformadas numa festa, com matraquilhos, carrosséis e carrinhos de choque, de quem não tem motivos para celebrar.
À primeira vista, parece a celebração de um santo, padroeiro da Assembleia, já que a ‘festa’ ocorre precisamente nas ruas que cercam a casa da Democracia. Carrosséis, carrinhos de choque, máquinas de pipocas e estridentes cornetas servem de mote para o protesto dos empresários do setor da diversão, que não concordam com as mexidas do IVA.
A taxa intermédia de seis por cento é eliminada, sendo que, tal como sucede na restauração, o IVA sobe para os 23 por cento, o que suscitará uma de duas realidades: ou as margens de lucro dos empresários desce, ou os preços praticados nas atividades terá de ser superior, com perda de foliões.
Esta festa sarcástica junto à Assembleia da República (AR) representa, na verdade, o desespero de cerca de 300 microempresas de índole familiar, que empregam milhares de pessoas, com a particularidade de uma falência colocar em causa todos os postos de trabalho do agregado. A culpa, defendem os empresários do ramo, é do Governo, que vai aumentar a taxa do IVA e colocar em risco diversos negócios familiares.
Nada como utilizar as próprias ‘armas’ para fazer uma manifestação original, com diversas atividades de diversão montadas à porta do Parlamento, protesto com o apoio da Associação Portuguesa de Empresas de Diversão (APED).
Os representantes do setor exigem uma audiência com responsáveis do Ministério das Finanças, o que já foi recusado. O Ministério da Economia já recebeu aquela associação, dando um prazo de três semanas para novo encontro. E enquanto esse encontro não sucede, há festa com pipocas, carrosséis e carinhos de choque junto à Assembleia, prometem os empresários da diversão.
A Associação Portuguesa de Empresas de Diversão lembra que os empresários já estão fustigados com outros custos da austeridade, desde o pagamento de scut nas autoestradas, aumentos dos preços de combustíveis, bem como as subidas do preço da eletricidade. Também as taxas cobradas para ocupar espaços em festas e feiras são mais onerosas. O aumento do IVA é a cereja no topo do bolo de um setor sacrificado.
A APED pretende que estas diversões sejam vistas como parte de cultura e tradição, o que já sucede noutros países europeus – curiosamente, também fustigados pela crise. Estima-se que em Portugal existam mais de 300 trabalhadores neste ramo das diversões.