Um terço dos homicídios registados anualmente em Portugal ocorre em contexto conjugal. Só este ano, já foram registados 33 homicídios, mais seis do que em todo o ano de 2011. Destaque para o aumento da frequência de homicídios em casais jovens.

O elevado número de homicídios conjugais foi alvo de debate no seminário ‘Morrer no Feminino: da Prevenção à Intervenção’, a decorrer na Escola da Polícia Judiciária, em Loures.

De acordo com o diretor nacional adjunto da Polícia Judiciária, Pedro do Carmo, “o crime representa um número muito significativo” no total da percentagem de homicídios ocorridos em Portugal.

A necessidade de criar estratégias que sensibilizem a sociedade para a redução deste número é fundamental, “se estivéssemos mais atentos, se os sinais fossem mais rapidamente percebidos, se a atuação fosse mais célere e eficaz talvez esta morte pudesse ser evitada”, afirmou Pedro do Carmo.

O diretor adjunto alertou ainda para o facto de este tipo de crimes ocorrer cada vez mais em casais jovens, “não é raro termos notícias de homicídios em namorados, ainda na semana passada tivemos um desses casos”, alertou.

A União das Mulheres Alternativas e Respostas (UMAR), representada por Elizabete Brasil, revelou que, este ano, já se registaram 33 homicídios, ressalvando que estes dados têm como fonte notícias veiculadas pela imprensa, podendo existir muito mais situações.

Entre 2004 e 2011 foram assassinadas 278 mulheres, principalmente na faixa etária dos 36 anos 50 anos. Mais de metade dos crimes (52 por cento) foram cometidos com recurso a arma branca e 33 por cento com arma de fogo. A residência constitui o espaço onde a maior parte dos homicídios foram cometidos, 93 por cento.

Elisabete Brasil afirmou ainda que se continua a assistir “a uma passividade da sociedade e da família”, defendendo o reforço das medidas policiais em casos de violência doméstica, com a criação de estratégias que penalizem os agressores.