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10 exemplos nacionais de excelência

Em Portugal quem ousa sonhar mais alto do aquilo que o comum dos mortais acha que aceitável, é apelidado de louco, sendo que a quem dá o passo seguinte e arrisca efectivamente é quase que passado o atestado de demência. Porque bem vistas as coisas, quem é que no seu perfeito juízo quer arriscar nos dias de hoje, não é? Trago-vos vários exemplos de empresas portuguesas tecnológicas que arriscaram e que hoje estão a atingir o sucesso. Uma reportagem alertou-me para a existência destas empresas e para o seu sucesso e eu não consegui guardar só para mim tão brilhantes exemplos do talento que temos no nosso país.

A primeira a ser referida é a Science4you. Facturou € 1,4 milhões em 2012, duplicando os resultados face ao ano anterior. Deverá terminar o ano de 2013 com 130 colaboradores (contratou 80 desde Janeiro). Tem filiais em Espanha e Reino Unido e distribui os brinquedos científicos que produz em quatro continentes. Foi fundada em 2008 em parceria com a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa para actuar no mercado dos brinquedos científicos.

Por sua vez a Quidgest facturou €2 milhões em 2012, o que representou um crescimento de 20% face ao ano de 2011. No primeiro trimestre de 2013 o negócio cresceu 158%, devendo assim atingir os €5 milhões no final do actual ano. Emprega 90 pessoas de doze nacionalidades. Está a comemorar 25 anos de existência e no primeiro trimestre deste ano o volume de negócios disparou, em grande parte devido ao aumento das exportações (que este ano deverão atingir os 64%, sendo que o ano passado representaram “apenas” 34%). Qual o segredo? Este crescimento explosivo é resultado do súbito sucesso do Genio, uma ferramenta de desenvolvimento rápido de aplicações de software. Dispõe de filiais em Macau, Moçambique e Timor-Leste assim como parcerias em Angola, Brasil, Polónia, Reino Unido e El Salvador.

A Vilt fechou 2012 com um volume de negócios de €4,9 milhões o que representou um aumento de 15% face a 2011. 70% do negócio é proveniente do mercado externo (12 países), nomeadamente através dos escritórios de Madrid, Barcelona e São Paulo. A Vilt é especialista em gestão de conteúdos empresariais.

Já a Safira alcançou os €7,1 milhões em 2012, ou seja, mais 20% do que no ano anterior. Este ano deve de atingir os €10 milhões sendo que 70% resultará da exportação. Tem 200 colaboradores, mas para responder ao crescimento acelerado tem abertas 75 vagas para perfis técnicos. Muitas empresas diversificam para crescer, pois a Safira optou pela estratégia oposta. Focou-se numa área com potencial de crescimento: o Business Process Management (IBM). Por causa desta aposta a Safira é hoje uma das grandes especialistas europeias em IBM!

A ISA em 2012 facturou €9,5 milhões, sendo que no ano anterior tinha facturado €7,6 milhões. Exporta metade da sua produção para 16 países à volta do mundo e é especialista em tecnologias de telemetria e gestão remota.

A Primavera atingiu em 2012 um volume de vendas de €15,5 milhões, o que significou um crescimento de 11% face ao ano anterior. Tem como objectivo chegar aos €25 milhões em 2015. O negócio internacional representou 44% do total, com destaque para Angola (28%) e Moçambique (9%), sendo o objectivo atingir 60% até 2015. A Primavera é especialista em software de gestão empresarial.

Por sua vez a Altitude Software alcançou uns impressionantes €32,1 milhões no ano passado, valor esse que ficou um pouco acima dos €31,3 milhões de 2011. Segundo as suas previsões nos próximos três anos deverá crescer 30% fruto de uma parceria estabelecida com a Alcatel-Lucent. Realiza mais de 95% do seu negócio no estrangeiro. Tem 1100 clientes em mais de 80 países e é uma das especialistas a nível mundial na área de software para centros de contacto telefónico.

A WeDo Technologies viu o seu negócio atingir €62,5 milhões em 2012 (crescendo assim 20% face a 2011), sendo 75% proveniente das exportações. Tem 18 escritórios no estrangeiro e negoceia em 80 países. Emprega 500 pessoas de vinte nacionalidades e tem em curso um plano de recrutamento de mais 200. A empresa do grupo Sonaecom é especialista de software de garantia de receitas para telecomunicações e está a diversificar os seus serviços aplicando a mesma tecnologia às áreas de retalho, energia e finanças.

A TIMWE obteve receitas no valor de €330 milhões em 2012 e de €281 milhões em 2011, ou seja cresceu 20%. Exporta 98% do que produz para mais de 75 países dos cinco continentes. Possui 26 escritórios, a América Latina é o seu principal mercado, mas está a crescer rapidamente em África, na Europa, no Médio Oriente e na Ásia-Pacífico. A TIMWE é especialista em soluções móveis para marketing, entretenimento e pagamentos móveis e dá emprego a 350 colaboradores.

Por fim mas não menos importante temos a JP Inspiring Knowledge que em 2012 facturou €356 milhões e espera atingir os €400 milhões no final de 2013. As exportações em 2012 ascenderam a €250 milhões (mais 60% do que em 2011). Tem como principais mercados a América Latina e África. Para os mais desatentos a JP Inspiring Knowledge é a nova designação da JP Sá Couto, empresa que se notabilizou por ser a fabricante dos computadores Magalhães.

Atenção para uma nota final: este texto não tem como objectivo promover nenhuma das empresas referidas acima mas sim dar a conhecer o seu excelente trabalho e os seus magníficos resultados. É certo que por cada empresa que atinge o sucesso, que cresce ano após ano e que exporta grande parte da sua produção existem dez casos de falência em Portugal. Mas precisamente por causa disso tornou-se fundamental dar também os bons exemplos, aqueles que nos fazem sorrir e acreditar num futuro melhor.

Uma companhia de seguros efectuou um estudo numa dúzia de países (entre os 170 onde a companhia de seguros está presente). Estudo esse que revelou, que a maioria das PME portuguesas optou por estratégias para fazer face à crise que sacrificaram os preços (19,6%) ou o quadro de pessoal (19,6%), além de aproveitarem para expandir actividades para novos mercados (18,4%) e diversificar a oferta de produtos (17,6%). Os CEO e gestores portugueses entrevistados para o estudo identificaram como oportunidades da crise a redução de custos e despesas (32,4%), a melhoria dos recursos humanos (20%) e os novos segmentos de clientes (19,6%).

No que toca a riscos, os maiores identificados pelos responsáveis são os relacionados com a concorrência ou dumping (32,4%), a quebra de consumo e consequente excesso de stock (31,6%) e os roubos (31,6%). Apesar das dificuldades, só 8% dos inquiridos em Portugal pensaram fechar o seu negócio, ao passo que esse valor foi de 12% no Reino Unido e de 17% em Espanha.

No que toca aos restantes países analisados neste estudo – além de Portugal, foi realizado em Espanha, Itália, Reino Unido, Irlanda, Alemanha, Suiça, Brasil, México, Emirados Árabes Unidos, Austrália e Indonésia -, destaque para o Brasil, onde os salários aumentaram 41% nos últimos 12 meses, seguindo-se-lhe a Suíça, com 24%. Porém, nas empresas que contrataram, só 5% o fez no Brasil, enquanto que, no outro extremo, esse valor subiu para 22% no Reino Unido.

O futuro pode ser risonho, só temos de manter a capacidade de sonhar e lutar para concretizar os nossos objectivos! Estas dez empresas são a derradeira prova de que em Portugal existe talento e de que devemos ter esperança num futuro mais risonho!

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