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Trump reitera desejo de retirada da Síria, mas quer deixar “marca duradoura”

O Presidente norte-americano reiterou hoje que quer retirar os 2.000 soldados ainda na Síria “o mais brevemente possível”, mas deixando “uma marca duradoura” no país árabe, e não “o caminho livre” para o Irão fazer o que entender.

“Regressaremos a casa, mas queremos deixar uma marca forte e duradoura”, disse Donald Trump numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo francês, Emmanuel Macron.

“No que se refere à Síria, adoraria sair de lá. Adoraria trazer os nossos incríveis combatentes de volta a casa”, disse Trump, salientando que fizeram “um grande trabalho” ao recuperar os territórios que o grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico (EI) chegou a controlar na Síria e no Iraque.

Embora reiterando que quer “sair” da Síria, o Presidente norte-americano indicou estar de acordo com Macron quanto à necessidade de não deixar ao Irão “o caminho livre” no Mediterrâneo.

Os Estados Unidos temem que o Irão consiga criar um “corredor xiita” de Teerão até ao Mediterrâneo, através das regiões xiitas do Iraque, o que lhe daria acesso direto aos seus aliados no Líbano e na Síria.

Por isso, Trump é de opinião de que o conflito na Síria e a intervenção dos Estados Unidos, enquanto líder de uma coligação internacional, deveriam fazer parte de um “acordo geral” com o Irão, no qual se incluíssem os diferentes territórios onde procura ter influência e também o pacto nuclear.

“Quando fizeram o acordo [nuclear] com o Irão, o que deveriam ter feito era incluir a Síria”, sustentou Trump, frisando que aquele acordo de 2015 que Washington ameaça abandonar em maio, deu a Teerão “uma quantidade tremenda de dinheiro”, inclusive em “barris”.

Macron mostrou-se de acordo com Trump e assegurou que o objetivo é “estabelecer uma série de acordos” para conseguir “construir a paz” na Síria e transformá-la num “país soberano inclusivo”.

“Além da presença militar e além das tropas no terreno, temos que construir, como digo, a paz. Um novo marco inclusivo”, defendeu Macron, afirmando que a França aumentará as suas contribuições para a coligação internacional contra o EI na Síria e no Iraque, liderada pelos Estados Unidos.

Trump já tinha expressado, no início deste mês, o desejo de “trazer para casa” os cerca de 2.000 soldados norte-americanos que estão na Síria, “derrotado o EI”.

Um dos objetivos de Macron nesta visita de Estado aos Estados Unidos era convencer Trump a manter a presença militar norte-americana na Síria, uma vez derrotado o grupo ‘jihadista’.

Há dez dias, os Estados Unidos, o Reino Unido e a França lançaram uma operação militar seletiva na Síria, como retaliação ao alegado uso de armas químicas contra civis por parte do regime de Bashar al-Assad.

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