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Estratega de Passos Coelho deixa o aviso: “Já passou o seu tempo”

Ângelo Correia, o fundador do PSD que é apontado como o estratega da ascensão de Passos Coelho à liderança do partido, exige mudanças de fundo entre os sociais-democratas. Sobre Passos Coelho, diz que “já não tem” condições para continuar na liderança: “Já passou o seu tempo”.

Em entrevista à Antena 1, Ângelo Correia lamentou o “vazio ideológico” em que caiu o PSD, que surge agora aos olhos de todo o país face à estrondosa derrota nas autárquicas.

Apontado como o estratega da ascensão de Passos Coelho, Ângelo Correia reconhece que o presidente do PSD “não” tem condições para continuar.

“Ele reconheceu-o, quando disse ‘eu assumo as responsabilidades’. Se quiser ser líder até à eleição do próximo ano é algo normal, mas se pensa que tem condições para se recandidatar… Já não tem, já passou o seu tempo”, avisou o influente ‘barão’ do PSD.

Mais do que com os maus resultados das autárquicas, Ângelo Correia está preocupado com a deriva ideológica do partido: “O grande problema do PSD é que há muito tempo não pensamos como é que estrategicamente o PSD se deve pautar. Sobretudo depois de entrarmos na União Europeia confundimos o futuro da Europa com o nosso futuro. Nós estamos na Europa, mas não somos só a Europa”.

Ângelo Correia lembra mesmo, na entrevista à Antena 1, que “o período mais consistente do PSD foi quando a troika cá esteve”, pois, “tendo de fazer coisas terríveis, fê-lo com convicção e clareza e assumiu-o com consequências”.

O “vazio ideológico” do PSD reflete-se na falta de “identidade”, insistiu o fundador: “Há muito tempo, com a globalização, a entrada de Portugal na União Europeia, a evolução da sociedade portuguesa, que se devia ter clarificado o que é o PSD hoje. O que significa hoje a social-democracia? Sem consistência ideológica não temos futuro”.

“Temos de pensar e debater o que é possível retirar do princípio da social-democracia”, insistiu Ângelo Correia, pouco preocupado com o facto do CDS ter ficado à frente do PSD em Lisboa: “Capitalizou” o eleitorado de direita “em Lisboa, mas não capitalizou no país”.

 

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