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Economia de Angola deverá crescer entre 2,2 e 2,5 por cento

O representante residente do Fundo Monetário Internacional em Angola disse que a economia angolana deverá registar um crescimento este ano de 2,2 por cento e 2,5 por cento em 2019, fruto do aumento do preço do petróleo e da produção do gás natural.

Max Alier apresentou hoje o tema sobre Contexto Atual da Economia Mundial e Perspetivas para Angola, num seminário realizado em Luanda sobre Finanças Públicas, promovido pelo Governo angolano.

Segundo o responsável, o aumento do preço do petróleo tem tido dois efeitos positivos no setor petrolífero, um direto e outro indireto, que tem a ver com novos investimentos feitos no setor petrolífero.

“E isso inclui Angola, o qual é fundamental porque na descoberta de petróleo, é o que vai ajudar Angola a manter a produção de petróleo nos níveis atuais”, disse.

Esta previsão contrasta com os 4,9 por cento de crescimento económico esperados pelo Governo angolano para este ano.

Relativamente ao setor não petrolífero, Max Alier disse que um regime de câmbio mais flexível e uma alocação mais eficiente das divisas vai ter um efeito positivo neste setor.

“Aqui passou-se de um sistema de venda direta de divisas, um sistema no qual o Banco Nacional de Angola vende divisas através de leilões”, disse.

Por isso, uma das recomendações que deixou foi de continuar com o regime flexível, para “a cada dia mais acabar com as vendas diretas” e “gradualmente ir acabando com as filas que há nos bancos”, o que fará ainda com que se feche “a brecha que existe atualmente entre o mercado do câmbio oficial e o paralelo”.

Segundo o responsável, o indicador de confiança de negócios para Angola também está a ser recuperado, com melhorias já registadas em 2017, contudo ainda há desequilíbrios na economia, sendo uma das suas manifestações a inflação, que começa a baixar, mas ainda regista níveis relativamente altos, na casa dos dois dígitos.

Sobre a dívida do setor público, o representante residente do FMI em Angola disse que em 2017 caiu pela apreciação real da moeda nacional e este ano espera-se que aumente um pouco devido à desvalorização do kwanza, mas as projeções indicam que a dívida entrará numa trajetória decrescente.

“E achamos que até 2023, o nível de dívida cairá para cerca de 60 por cento que é a meta que o Governo tem no seu Plano de Estabilização Macroeconómica”, referiu.

Como recomendação, Max Alier sugeriu o alargamento da base tributária de Angola, diminuindo a sua dependência do petróleo, o que pode passar por exemplo, como o Governo já manifestou, a implementação do IVA.

Como desafios apontou a criação de condições para melhorar o ambiente de negócio, já avançadas com a aprovação de duas leis da Competitividade e a do Investimento Privado.

“São duas leis que estão a ir no sentido certo. Porém, falta muito para ser feito na parte estrutural para melhorar o ambiente de negócios, diminuir os custos no setor petrolífero e assim eventualmente criar condições para indústrias não petrolíferas emergirem em Angola, frisou.

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