Gonçalo Amaral, antigo inspetor da Polícia Judiciária, já não tem de indemnizar o casal McCann em 500 mil euros. O Tribunal da Relação de Lisboa revogou a sentença do Tribunal Cível, pelo que o livro sobre o desaparecimento de Maddie pode voltar às bancas.

Está quase a passar uma década desde que a pequena Madeleine McCann desapareceu do aldeamento na Praia da Luz, no Algarve. Gonçalo Amaral, antigo inspetor da PJ, continua a acreditar que foram os pais de Maddie os responsáveis pelo desaparecimento da menina e pela ocultação do cadáver.

Essa opinião, transposta para o livro ‘Maddie: A Verdade da Mentira’, levou o casal McCann a recorrer à justiça. Agora, quase uma década depois do desaparecimento da menina, há avanços ao nível judicial, mesmo que ainda não se saiba o que aconteceu à criança.

O Tribunal de Relação de Lisboa acaba de revogar uma sentença do Tribunal Cível de Lisboa, que há um ano condenou Gonçalo Amaral a pagar uma indemnização de 500 mil euros, aos McCann, por causa dos danos causados pelo livro.

O Tribunal Cível decretara ainda a proibição da venda e produção de novas edições da obra e do DVD e do documentário entretanto produzidos

A revogação da sentença, que permite ao absolvido Gonçalo Amaral poupar os 500 mil euros, foi confirmada, em comunicado, pela editora Guerra e Paz Editores: “O Tribunal da Relação julgou totalmente improcedente a acção movida pelo casal McCann, absolvendo Gonçalo Amaral relativamente a todos os pedidos contra ele formulados. O Tribunal da Relação de Lisboa reconhece a Gonçalo Amaral o seu direito constitucional a exprimir a sua opinião”.

“A Guerra e Paz Editores congratula-se com esta decisão que faz prevalecer o direito à informação e o direito à liberdade de expressão”, complementou a editora, revelando que a obra “regressará na próxima semana às livrarias portuguesas”.

Isabel Duarte, a advogada do casal McCann, já anunciou a apresentação de recurso.