No dia em a rede de clínicas Vitaldent anuncia a intenção de processar a Ordem dos Médicos Dentistas, “por difamação e perseguição”, a DECO revela ter recebido várias queixas quanto à “má qualidade” dos tratamentos e abuso de situações orçamentadas.
A rede de clínicas dentárias Vitaldent tem sido notícia por más razões e, no dia em que tenta defender-se da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), enfrenta mais uma dose de acusações. Hoje, coube à DECO revelar que tem recebido várias queixas, envolvendo vários dos estabelecimentos da rede, acrescentando que já solicitou, através da Delegação Regional do Norte, uma reunião com a empresa, não tendo obtido resposta.
Segundo a Associação de Defesa do Consumidor, a maioria das queixas incide na “má qualidade” dos serviços prestados e na “existência de defeitos dos materiais empregues nos tratamentos médicos”, situação que proporciona, à posteriori, “reparações e restaurações sucessivas que perduram no tempo, não se cumprindo com o orçamentado”.
A DECO destaca ainda “a ausência de registos dos despachos médicos, o que dificulta a devida gestão dos processos em curso e dos tratamentos a prosseguir”, e salienta que vários utentes estão a exigir “a rescisão do contrato e a devolução dos montantes adiantados, que, nalguns casos, são muito elevados”.
De entre este grupo destacam-se os antigos utentes das clínicas que encerraram em aviso prévio, como aconteceu com as unidades da Maia e de Póvoa do Varzim, com os utentes a manifestarem-se “preocupados face a serviços parcialmente executados e liquidados na totalidade, sem reencaminhamento por parte do grupo dentário”.
Por tudo isto, a DECO exige à Entidade Reguladora da Saúde que “fiscalize de forma mais eficaz a atuação destas clínicas e aplique sanções dissuasoras das práticas lesivas dos direitos dos consumidores”.
O relatório da associação surge no mesmo dia em que a Vitaldent anuncia, em comunicado, a intenção de processar a OMD “por difamação e perseguição”. A queixa-crime a apresentar terá por base as declarações do bastonário Orlando Monteiro da Silva, depois da OMD ter apresentado, terça-feira, uma denúncia à Procuradoria-Geral da República por exercício ilegal da profissão da parte da Vitaldent dos Clérigos, unidade cujo diretor clínico não está qualificado para o cargo, visto não ser médico dentista nem médico estomatologista.
A “Vitaldent Portugal informa que as notícias que vieram a público recentemente não correspondem 100 por cento à verdade dos factos”, justifica a empresa, no referido comunicado.
