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“Vem aí o lobo”, mas há falta de meios, denuncia o PAN

lobo Há falta de meios para proteger o lobo e os rebanhos, alertou o PAN, depois de um encontro com o Grupo Lobo, em Lisboa. O partido quer ainda saber se Castro Neto, o secretário de Estado da Conservação da Natureza, quer “permitir que uma espécie protegida passe a ser caçada legalmente”.

O PAN – Pessoas-Animais-Natureza quer proteger o lobo, mas para isso é necessário evitar os ataques ao gado que se têm sucedido em certas regiões do país. Para debater as melhores medidas, o partido reuniu ontem com delegados do Grupo Lobo, em Lisboa.

“De nada serve termos uma lei que no papel protege o lobo se, na prática, autoridades como o ICNF e o SEPNA não têm os meios materiais e humanos necessários para a aplicarem”, justificou o porta-voz, André Silva, lembrando que em Espanha a entidade equivalente ao SEPNA possui formação e meios materiais “muitíssimo superiores” aos que temos em Portugal.

À falta de meios acresce a fraca sensibilidade de vários atores (políticos, policiais e judiciais) para a conservação da natureza e para o respeito pelos seres vivos, no entender do PAN, “bem patente nas incompreensíveis declarações recentes do secretário de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza”, Miguel de Castro Neto.

“Pedimos uma reunião porque gostaríamos de saber, de viva voz, se o secretário de Estado pretende realmente alterar o estatuto do lobo para espécie cinegética, ou seja, saber se ele quer realmente permitir que uma espécie que é protegida a nível nacional, europeu e mundial passe a ser caçada e perseguida legalmente”, explicou André Silva, acrescentando que o pedido continua sem resposta.

A haver mudanças na lei, só se for no sentido da proteção ao lobo, “reflorestando algumas áreas onde este vive, conservando o coberto vegetal e criando condições para a sobrevivência do lobo e o equilíbrio do ecossistema”, no entender do PAN.

“O mais triste em toda esta situação é que, muitas vezes, o lobo é injustamente acusado por ataques a rebanhos levados a cabo por matilhas de cães abandonados. Por isso, uma das formas de protegermos o lobo terá de passar, também, pelo cumprimento e aplicação da lei por parte das entidades fiscalizadoras e administrativas a quem abandona cães”, acrescentou André Silva, referindo que esses cães poderão ser educados para desempenhar “um papel precioso na prevenção” de ataques aos rebanhos.

A próxima iniciativa do PAN, a nível da proteção do lobo, está agendada para 28 de fevereiro, dia em que será realizada uma ação de sensibilização na Junta de Freguesia de Arga de Baixo, no concelho de Caminha.

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