A reintrodução do lince ibérico em Portugal sofreu um revés com a morte de uma das fêmeas libertadas, depois de criada em cativeiro. “É perfeitamente normal”, explicou uma vogal do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas: “Temos de estar preparados para estes episódios”.
A tão desejada reintrodução do lince ibérico em Portugal sofreu um forte revés com a morte de uma das fêmeas que, depois de criada em cativeira, foi libertada a 25 de fevereiro, em Mértola.
Ainda não se sabe o que aconteceu com Kayakweru e só a necrópsia, agendada para hoje nas instalações do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, poderá revelar as causas da morte.
A morte da lince foi ontem confirmada, depois do mesmo animal ter sido visto por volta das 19h00 de anteontem (quarta-feira), “apresentando os comportamentos normais da espécie”, de acordo com um comunicado emitido pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).
A situação é vista como “normal” pelos responsáveis do ICNF, como explicou a vogal Sofia Castelo Branco, citada pela TSF: “É perfeitamente normal, da mesma forma que temos índices de natalidade, termos índices de mortalidade quando falamos de populações de ser vivos. É absolutamente normal que haja mortalidade, seja de causas naturais, seja por outro tipo de causas”.
Embora indesejada, tratou-se de uma ocorrência que não motiva qualquer alteração nos planos de reintrodução da espécie: “Vamos continuar com o centro nacional de reprodução em cativeiro de Silves a funcionar, vamos continuar a reintroduzir animais na natureza e temos de estar preparados para que episódios destes ocorram”.
Sem pormenorizar, a mesma responsável garantiu que não foram detetados indícios de um ataque, nem de qualquer situação que motivasse uma intervenção dos técnicos: “Não tínhamos qualquer sinal de alarme e temos estado ali a fazer uma apurada vigilância aos animais que têm vindo a ser reintroduzidos na natureza”.
A lince “parecia estar a comportar-se naturalmente”, acrescentou Sofia Castelo Branco.
A maioria dos felinos libertada em Mértola tem ‘nacionalidade’ espanhola. Kayakweru foi uma das que nasceu em Portugal, no centro de reprodução de Silves, onde foi criada e ‘educada’ a viver em liberdade.