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Ucrânia: China em “grande concordância” com invasão da Crimeia, diz a Rússia

crimeia 210crimeiaA China está “em grande concordância” com a invasão da Crimeia pela Rússia, garante o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo. A Ucrânia acusa o vizinho de bloquear as telecomunicações e alerta para as movimentações militares no Mar Negro e a leste.

A Crimeia, uma região da Ucrânia onde os russos são a principal etnia, poderá estar já sob domínio da Rússia. Ainda não há registos oficiais que comprovem a invasão, mas já há um aliado de peso a defender os argumentos russos: a China.

“Há uma grande concordância de pontos de vista da Rússia e da China sobre a situação”, revelou o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, em comunicado, após uma alegada conversa telefónica entre os ministros russo Serguei Lavrov e chinês Wang Yi.

A declaração de apoio surge depois da Rússia defender que Viktor Ianukovich continua a ser o Presidente da Ucrânia e renovar a declaração de que não reconhece o novo Governo provisório de Kiev.

Em retaliação, o G7 (EUA, Alemanha, França, Canadá, Japão, Itália e Reino Unido) cancelou a participação em todas “as atividades relacionadas com a preparação” da cimeira do G8 (o G7 mais a Rússia), que deveria ocorrer em Sochi (a localidade russa que acolheu os Jogos Olímpicos de inverno) no mês de junho.

Da parte do Reino Unido, o chefe da  diplomacia, William Hague, afirmou que, mesmo sem que haja uma invasão formal, a Rússia já assegurou o controlo operacional da Crimeia, a região ucraniana onde se situa uma importante base naval russa: a da frota do Mar Negro, em Sebastopol.

“Estamos claramente preocupados sobre a possibilidade movimentações russas noutras partes da Ucrânia”, reconheceu Hague.

Segundo alguns repórteres da BBC, as tropas russas, com o apoio de milícias pró-russas, terão cercado as duas grandes bases militares da Ucrânia na Crimeia. Os militares ucranianos estarão a ser pressionados para deixarem de obedecer às ordens de Kiev e passarem para o lado do Governo regional, controlado pela maioria pró-russa.

Oleksander Turchinov, o Presidente interino da Ucrânia, colocou ontem o exército em alerta máximo e ordenou a mobilização dos reservistas. Porém, a Rússia terá já na Crimeia um aparelho militar muito superior ao ucraniano, acrescenta a BBC.

Ao mesmo tempo, são cada vez mais os relatos de movimentações militares russas no Mar Negro, junto a Sebastopol, e com veículos junto ao canal de Kerc, a leste.

A Rússia estará também a bloquear as telecomunicações em partes da região, denunciaram os guardas fronteiriços ucranianos.

A União Europeia agendou para hoje um debate sobre a crise na Ucrânia e na Crimeia, com uma reunião extraordinária dos ministros dos Negócios Estrangeiros, e as Nações Unidas já anunciaram que o ‘número dois’ da ONU, Jan Eliasson, vai avaliar a situação no terreno.

Da parte dos EUA, está anunciada a deslocação do secretário de Estado John Kerry a Kiev, amanhã. De acordo com a imprensa, o Presidente Barack Obama terá estado ontem em conversação telefónica com David Cameron (primeiro-ministro britânico),  Angela Merkel (chanceler alemã) e Bronislaw Komorowski (Presidente polaco), que concordaram quanto à necessidade de que “o diálogo entre a Rússia e a Ucrânia deve começar de imediato, se necessário com mediação internacional”.

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