A obra prima de Eça de Queirós chega hoje ao cinema numa adaptação de João Botelho. ‘Os Maias – Cenas da vida romântica’ conta uma tragédia familiar que ocorre num Portugal “sem sentido e sem remédio” do século XIX, mas cuja situação assenta “como uma luva” na atualidade.
Estreia hoje em 20 salas de cinema o filme ‘Os Maias – Cenas da vida romântica’. O realizador, João Botelho, estreia-se nos filmes de época com a obra prima de Eça de Queirós sobre o Portugal “sem sentido e sem remédio” do século XIX, que assenta “como uma luva” no Portugal de hoje.
Para comprovar a afirmação, Botelho recorda a bancarrota do país prevista por Eça “e cumprida alguns anos depois”. Mesmo sem troika, “obrigou a um empréstimo de um banco inglês ao país, demorando 99 anos a pagar, com a última prestação paga em 2001”.
Os protagonistas são Graciano Dias, que interpreta Carlos da Maia, e a brasileira Maria Flor, cuja Maria Eduarda vai cometer o incesto com o irmão que se torna na grande tragédia da família dos Maias.
Nomes bem conhecidos como João Perry, Pedro Inês, Maria João Pinho, Adriano Luz, Ana Moreira, Catarina Wallenstein, Rita Blanco, Hugo Mestre Amaro e Pedro Lacerda integram um elenco em que o barítono Jorge Vaz de Carvalho dá voz ao narrador Eça de Queirós.
Alexandre Oliveira, da Ar de Filmes, revelou que o filme teve um orçamento de 1,5 milhões de euros, tendo sido financiado por Instituto do Cinema e do Audiovisual, Câmara de Lisboa e Montepio. Do Brasil, como país coprodutor, também vieram apoios à produção.
As cenas de interior foram filmadas em palacetes ainda existentes, na grande maioria em Lisboa, enquanto os exteriores necessitaram de telas de grandes dimensões pintadas por João Queiroz.
