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Televisão aumenta o risco de obesidade e hipertensão nas crianças, revela estudo de Cristina Padez

criancas tvx210criancas tvQuanto mais tempo passam a ver televisão, mais aumenta o risco das crianças serem obesas ou terem a tensão arterial alta. As conclusões são do estudo de Cristina Padez, da Universidade de Coimbra, e podem ser justificadas com a maior exposição à “publicidade de produtos alimentares”.

Um estudo conduzido por Cristina Padez, investigadora da Universidade de Coimbra (UC), veio confirmar a relação entre a televisão e algumas doenças de cariz ‘sedentário’. Depois de analisar a alteração dos valores de obesidade infantil em Portugal, entre 2002 a 2009, a pesquisa demonstrou que, quanto mais tempo as crianças passam em frente ao ‘ecrã mágico’, mais aumentam os riscos de obesidade e hipertensão.

De acordo com o estudo, 28 por cento dos meninos portugueses e 26 por cento das meninas veem mais de duas horas de televisão por dia (considerado por algumas entidades como o limite máximo), índice que dispara os 75 e 74 por cento no fim de semana.

“É urgente corrigir este e outros hábitos errados para que não se perpetuem e tenham implicações sérias na idade adulta”, justifica Cristina Padez, numa nota distribuída pela UC: “os hábitos criados na infância tendem a prolongar-se para a vida adulta. Nos adultos encontramos uma forte associação entre o tempo que eles veem televisão e valores de obesidade, hipertensão arterial, diabetes tipo II, entre outros problemas”.

A relação entre a exposição à televisão e o impacto na obesidade e na hipertensão justifica-se, de acordo com a investigadora, “pelo facto de as crianças estarem mais expostas a publicidade de produtos alimentares, induzindo-as à ingestão de comida normalmente pouco saudáveis”. “Por outro lado”, reforça, “a televisão é mais passiva: o computador e os jogos eletrónicos exigem mais concentração e interação”.

“Os pais devem limitar o tempo de televisão e estimular as brincadeiras ativas”, pois “o simples facto de uma criança ser obesa apresenta três problemas: em 60 por cento dos casos as crianças obesas apresentam já pelo menos um fator de risco que normalmente apenas se associam aos adultos, como hipertensão, colesterol elevado, triglicéridos; cerca de 40 por cento permanece obesa na vida adulta e, mesmo as crianças que normalizam o seu peso com o crescimento, o simples facto de terem sido obesas é um risco para o aparecimento de algumas doenças principalmente cardiovasculares na vida adulta”, explica.

O estudo “centrou-se igualmente na relação entre o ambiente onde as crianças vivem e o excesso de peso”, refere o comunicado da UC: “o tipo de lojas, supermercados ou centros comerciais da zona de residência foi analisado, bem como a existência, ou não, de locais para a prática de atividades ao ar livre”.

Outra questão analisada foi “a segurança das zonas frequentadas pelas crianças junto à habitação e à escola”, pois “pode ter influência no peso”, refere a investigadora: “nas sociedades urbanas, por questões de segurança, as crianças têm poucas atividades ao ar livre. Ficam em casa, veem mais televisão e maior é o risco de serem obesas”.

De acordo com a nota da universidade, o estudo envolveu 17.424 mil crianças de jardins de infância e de escolas de várias regiões do país, com idades entre os três e os 11 anos.

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