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Só 17% dos portugueses diz ser “extremamente provável” ir votar nas eleições europeias

Apenas 17 por cento dos portugueses considera ser extremamente provável ir às urnas nas próximas eleições europeias, a terceira percentagem mais baixa na União Europeia (UE), revela o Eurobarómetro publicado hoje pelo Parlamento Europeu (PE).

No estudo de opinião realizado entre 19 de fevereiro e 04 de março, apenas 17 por cento dos entrevistados disse ser extremamente provável ir às urnas nas próximas eleições europeias, que decorrerão entre 23 e 26 de maio de 2019, com 19 por cento a responder muito provável, 15 por cento moderadamente provável e 47 por cento pouco provável.

Entre os Estados-Membros, Portugal é o país, ‘ex aequo’ com a Croácia, com a terceira percentagem mais baixa de votantes “extremamente prováveis”, atrás apenas de República Checa (10 por cento) e Itália (16 por cento), e bem distante da média europeia de 35 por cento.

Portugal é mesmo o país do bloco comunitário onde menos jovens (apenas 3 por cento) assumiram estar seguros de deslocar-se às urnas em 26 de maio.

Nas eleições europeias de 2014, em Portugal a taxa de participação foi de 33,67 por cento (abaixo da média europeia de 42,54 por cento).

Nesta consulta, só 38 por cento dos entrevistados portugueses assumiu estar interessado no processo eleitoral europeu, enquanto 61 por cento revelou não ter interesse nestas eleições.

Entre as razões para votarem nas eleições para o PE, os portugueses apontam em primeiro lugar o seu dever de cidadãos (55 por cento), seguindo-se o ‘hábito’ de exercer o direito de voto em eleições (29 por cento), com o apoio ao governo nacional a recolher apenas 17 por cento de respostas positivas.

A principal razão para não votarem é, segundo este estudo, o sentimento de que o seu voto não altera nada (33 por cento), seguindo-se a desconfiança no sistema político (30 por cento).

O aparente desinteresse dos portugueses relativamente às eleições europeias pode explicar-se pelo facto de 70 por cento dos inquiridos desejar que o PE desempenhe um papel mais importante ao nível da UE, uma percentagem mais elevada do que a média europeia de 54 por cento.

Apesar de estarem pouco interessados nas eleições que vão definir a constituição da próxima assembleia europeia, a maioria dos portugueses acredita que a posição do seu país conta na UE e não votaria a favor de deixar o bloco comunitário.

Nesta consulta, 15 por cento dos entrevistados portugueses disse concordar plenamente com a afirmação “a voz do meu país conta na UE”, enquanto 55 por cento afiançou estar tendencialmente de acordo com a mesma frase.

Já a nível pessoal, 8 por cento dos inquiridos acreditam que a sua voz conta nas decisões do bloco comunitário e 35 por cento tendem a concordar com essa premissa.

Somando os dois valores, e apesar de ainda não alcançar a média europeia de 51 por cento, Portugal é um dos Estados-membros que registou uma maior evolução positiva (7 por cento) neste indicador entre o barómetro publicado pelo PE há seis meses e o Eurobarómetro de primavera hoje divulgado.

A grande novidade no barómetro hoje divulgado, cujo trabalho de campo foi realizado em pleno impasse da saída do Reino Unido da União Europeia, é a questão relativa a um eventual referendo para abandonar a UE: 77 por cento dos portugueses votaria a favor da permanência do bloco comunitário, uma percentagem bastante superior à média europeia (68 por cento).

Os portugueses estão também entre os cidadãos dos Estados-membros com uma opinião mais favorável em relação à UE, com 82 por cento a considerarem que o país beneficiou ao ser membro do bloco comunitário (a média comunitária está fixada nos 68 por cento) e apenas 10 por cento a terem uma posição contrária.

O Eurobarómetro foi realizado entre 19 de fevereiro e 04 de março através de entrevistas presenciais com 27.973 cidadãos dos 28 Estados-Membros da UE, dos quais 1.004 portugueses.

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