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Selfies nas cadeias: Guardas exigem regras para os telemóveis dos presos

prisao 210 Os guardas prisionais querem “uma nova regulamentação” para impedir a entrada de telemóveis nas cadeias. Os aparelhos são proibidos, mas há vários reclusos que têm publicado selfies no Facebook. “É lamentável”, comentou o sindicalista Jorge Alves.

Há telemóveis a circular entre os presos, apesar dos aparelhos serem proibidos nas cadeias portuguesas. Os guardas prisionais exigem “uma nova regulamentação” para controlarem estes abusos, depois da polémica levantada com a notícia de que há reclusos a tirarem fotos, no interior das cadeias, que partilham de seguida nas redes sociais.

“É lamentável”, considerou o presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), do Jorge Alves.

Citado pela Lusa, o sindicalista frisou que a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais e o Ministério da Justiça têm de adotar “uma nova regulamentação” para evitar o problema.

De acordo com Jorge Alves, a falha está “no controlo” das visitas, salientando que os guardas já encontraram telemóveis escondidos “nas sapatilhas, nos tacões de botas de senhora e até dentro de televisões plasmas e consolas de videojogos destinados a reclusos”.

“Há falha no controlo e têm sido detetados telemóveis em praticamente todas as prisões”, realçou o sindicalista, condenando a ausência de “fiscalização e inspecção” no interior dos estabelecimentos prisionais e apelando a correções na “formação dos guardas prisionais”.

O problema é também elucidativo da escassez de guardas prisionais, segundo o presidente do SNCGP, assim como do facto de “muita gente entrar nas cadeias” sem ter o mesmo controlo das visitas, “como técnicos de saúde e funcionários da cozinha”.

Esta referência foi exemplificada com a recente condenação de uma telefonista por introduzir droga no Estabelecimento Prisional de Coimbra.

Jorge Alves criticou ainda a introdução do novo sistema de cabina com o limite de cinco minutos diários: “Limitar o tempo vai criar uma situação que os guardas prisionais não podem controlar”.

Explicando que os reclusos, através dos telemóveis, podem manter atividades ilícitas e até ameaçar pessoas no exterior, o sindicalista confessou que preferia a proposta apresentada em 2009 por uma empresa brasileira, cujo sistema previa o corte dos sinais de telemóvel dentro de um estabelecimento prisional, abrindo exceções para os aparelhos do diretor e do chefe do corpo de guardas.

Os comentários do presidente do SNCGP surgem depois da notícia, ontem avançada pelo Jornal de Notícias, de que “dezenas de reclusos tiram fotos no interior das cadeias, usando telemóveis, que exibem nas redes sociais”.

Em 2013, foram apreendidos 1222 telemóveis na posse de reclusos, segundo o Relatório Anual de Segurança Interna.

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