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Seleção tem interesse público, diz Miguel Relvas, mas Campeonato e Liga dos Campeões não

joao moutinhoOs jogos de futebol da Seleção são de interesse público, mas os da Liga Portuguesa ou os das provas europeias não. Assim o entende Miguel Relvas, ministro com a tutela da televisão pública, justificando que “não estamos em tempo de ter esse tipo de despesa”.

Miguel Relvas, ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, foi hoje ao Parlamento explicar quais os jogos de futebol que, por interesse público, devem ter transmissão televisiva em sinal aberto: os da Seleção Nacional são, os da Liga Portuguesa ou os das competições europeias, mesmo que participem equipas nacionais, não são. Tudo em nome do Orçamento, justificou o governante.

 “Não estamos em tempo de ter esse tipo de despesa. O que considerei de relevante interesse público é a passagem em canal aberto público dos jogos da Seleção Nacional e mesmo assim é um investimento muito significativo”, explicou o ministro que detém a tutela da RTP.

Numa audição conjunta em três comissões parlamentares, no âmbito da discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2013, Miguel Relvas respondeu ao requerimento do PS, no qual se questionava “por que é que no despacho de interesse público, na área desportiva, não estavam os jogos da Primeira Liga e os jogos da Liga dos Campeões”. “Entre 2004 e 2010, o futebol custou à RTP 109 milhões de euros”, esclareceu o governante, acusando “quem no passado assinou despachos de interesse de serviço público” de o ter feito “com a atitude de saber que não o ia cumprir”.

E, se a RTP não tem dinheiro para assegurar a transmissão dos jogos, os canais privados podem candidatar-se a fazê-la, lembrou: “qualquer uma das televisões não está impedida de o voltar a fazer. Agora, também nesta matéria, não podemos ceder às tentações populistas e temos que ser muito exigentes com os gastos da RTP como com os gastos de qualquer empresa pública”.

Uma RTP que, depois do corte de 20 por cento no financiamento em 2012, irá ver a verba para 2013 reduzida em 42 por cento. “Não se nota falta de qualidade na programação da RTP”, garantiu Miguel Relvas, aditando: “não se nota, o problema de audiências da RTP já se verificava há mais de um ano. Mas, no meu conceito de serviço público não sou refém de políticas de audiências”.

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