Economia

Crédito pessoal ultrapassa o da habitação como o principal pesadelo dos sobre-endividados

mealheiroOs pedidos de ajuda por sobre-endividamento dispararam 25 por cento em outubro face a 2011, reporta a Deco. Na maioria dos casos, é o crédito pessoal que leva as famílias a recorrer à ajuda da associação, embora o crédito à habitação apresente valores mais expressivos.

Por cada crédito à habitação, dois créditos pessoais. O retrato do sobre-endividado que pede ajuda à associação do consumidor Deco revela uma alteração no perfil das dívidas: o crédito à habitação é a componente com valores mais expressivos, mas são os créditos pessoais que levam as famílias a pedir ajuda e, a nível da taxa de esforço, ultrapassam mesmo o crédito à habitação.

As conclusões são retiradas dos dados compilados entre janeiro e outubro, que apontam ainda para um aumento nos pedidos de ajuda de 25 por cento, quando comparado com igual período de 2011. As 4525 solicitações que deram entrada nos dez primeiros meses deste ano não só superam as 3628 registadas de janeiro a outubro de 2011 como já deixaram para trás os 4288 pedidos de ajuda realizados em todo o ano anterior.

“As famílias em regra têm seis créditos e a estatística mostra que muitas vezes o peso do crédito pessoal já ultrapassa o do crédito à habitação”, explica a coordenadora do Gabinete de Apoio ao Sobre-endividado (GAS), Natália Nunes. Desses seis créditos, um é para a habitação e dois são pessoais, restando um para a viatura e dois cartões de crédito.

Apesar de 76 por cento do valor em dívida corresponder a crédito à habitação (contra os 12 por cento do pessoal, os 11,5 do automóvel e os 6,7 dos cartões de crédito, avança a Deco), é já o crédito pessoal a pesar mais na taxa de esforço média: 42,81 por cento, contra os 40,81 por cento do crédito à habitação. A associação refere ainda que cerca de um terço dos pedidos de ajuda (34,5 por cento) é feito por causa do crédito pessoal, que ultrapassou os cartões de crédito (29 por cento) e o crédito à habitação (18,2 por cento).

O desemprego é o motivo apontado por 38 por cento dos sobre-envidivados, ‘complementado’ com os 29 por cento que pedem ajuda devido à degradação das condições laborais, como é o caso das reduções salariais.

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