Portugal não vai precisar de um segundo resgate, “a não ser que os políticos conduzam para isso”, defendeu ontem Marcelo Rebelo de Sousa. O comentador salientou ainda “a loucura” de Passos Coelho e Seguro por admitirem um segundo resgate na campanha eleitoral.
Portugal não precisa de um segundo resgate e não cabe aos líderes dos dois maiores partidos admitirem sequer essa possibilidade, defendeu ontem Marcelo Rebelo de Sousa. No comentário político para a TVI, o ex-líder do PSD comentou “a loucura” que é Passos Coelho e António José Seguro andarem, em plena campanha eleitoral para as autárquicas, a falar sobre a possibilidade do país ter de submeter-se a nova ajuda externa.
Defendendo que “não” estamos na iminência de um segundo resgate, “a não ser que os políticos conduzam para isso”, Marcelo explicou-se: “falar assim de segundo resgate é dar uma sensação de insegurança da parte do primeiro-ministro de Portugal, do potencial futuro primeiro-ministro de Portugal que leva a que os juros estejam como estão, acima de sete por cento”.
O futuro da assistência internacional deve passar por “um programa cautelar”, à semelhança da Irlanda e separando Portugal da Grécia, antecipou o comentador político. “Se houver a tragédia de um segundo resgate”, alertou, “terá de haver um programa que não é só cautelar, um programa de ajustamento, um segundo programa de ajustamento”.
Caso tal aconteça, “assim como no primeiro programa de ajustamento, aqui vão ter que estar os três” partidos que assinaram o memorando de entendimento: PS, PSD e CDS. “O problema vai para além das eleições de 2015. Se o PS for Governo tem de se comprometer antes”, sustentou.
Nesta fase, concluiu Marcelo Rebelo de Sousa, Portugal tem de se aproximar do caso irlandês e afastar-se do problema grego. “Se damos a entender que não estamos em condições de ser uma Irlanda”, como tem acontecido com “a loucura” de Coelho e Seguro na campanha eleitoral, a imagem de Portugal no exterior fica a parecer “ser igual à Grécia”.
“O problema não é a troika, são os mercados”, muito influenciados “pelas agências de rating”, complementou.