Economia

Segundo resgate? “É cedo para saber”, desdramatiza presidente do Eurogrupo

jeroen dijsselbloemjeroen dijsselbloem bigO Eurogrupo não comenta a possibilidade de Portugal ter de recorrer a um segundo resgate. “Ainda é cedo para saber se precisa”, desvaloriza o presidente, Jeroen Dijsselbloem, embora alertando para a necessidade do país promover “reformas estruturais”.

Portugal vai ou não precisar de um segundo resgate? A questão que agita a política portuguesa é desvalorizada – pelo menos publicamente – nas instâncias europeias. O Eurogrupo recusa comentar a hipótese e desvia a questão para a necessidade do país promover “reformas estruturais”, como é recomendado à Grécia, que devolvam “competitividade” à economia.

Questionado sobre a eventualidade de um segundo programa, Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, respondeu que “ainda é cedo para se saber se Portugal precisa de um segundo resgate”. Os responsáveis políticos da zona euro estão mais preocupados com a crise na Grécia depois do ministro das Finanças ter recusado mais austeridade enquanto viver o “inferno” da troika.

Embora recusando comentar a hipótese de um segundo resgate, Dijsselbloem deixou as recomendações que a troika já tornou habituais: Portugal precisa de “reformas estruturais”. “A Grécia melhorou do ponto de vista orçamental, mas ainda tem muito para fazer, tal como Portugal: basicamente, reformas estruturais para voltarem a ser países competitivos”, explicou o responsável, numa entrevista ao El Pais.

“Ninguém investe” num país que não tenha competitividade, insistiu o presidente do Eurogrupo, suavizando o tom ao comentar, de seguida, as expetativas para os países que foram resgatados: “sou hoje mais optimista do que era, em especial se conseguirmos uma certa estabilidade política em toda a Europa”.

Um segundo resgate dependerá da evolução da dívida pública portuguesa, que em 2012 foi a terceira mais elevada da União Europeia, representando 124,1 por cento do PIB. O valor foi ontem confirmado pelo Eurostat, que atribuiu a Portugal o quarto mais alto défice, com 6,4 por cento. Valores que vão subir em 2014, como antecipa o Governo ao estimar uma dívida de 127,8 por cento.

As expetativas são de aumento da dívida apesar da balança comercial ter registado, entre janeiro e agosto, uma evolução positiva. Segundo o Banco de Portugal, o saldo entre as exportações e as importações foi de 1163 milhões de euros, depois de, no mesmo período de 2012, ter sido de -1728 milhões de euros.

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