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SEF coloca adesão à greve dos administrativos abaixo dos dez por cento

A adesão à greve dos funcionários administrativos do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) foi inferior a 10 por cento, tendo provocado o encerramento de 10 dos 37 postos de atendimento ao público, segundo dados do SEF.

Em comunicado enviado à agência Lusa, o gabinete de comunicação do SEF indica que no primeiro dia de greve aderiram ao protesto 55 dos 606 funcionários da carreira não policial (9,08 por cento).

Estes números estão muito abaixo dos dados provisórios apresentados anteriormente pela presidente do Sindicato dos Funcionários do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SinSEF), Manuela Niza, que apontavam para uma adesão a rondar os 80 por cento.

Segundo os dados divulgados agora pelo SEF, dos 37 postos de atendimento disponíveis ao público a nível nacional, “27 encontram-se abertos ao público, tendo 10 encerrado devido à greve”.

Já nos serviços centrais do SEF não houve registo de funcionários em greve, acrescenta o gabinete de imprensa.

A greve dos funcionários administrativos do SEF, que não envolve os funcionários da Carreira de Investigação e Fiscalização do SEF com funções diretas no controlo de fronteira, termina na sexta-feira.

“No total dos 1.420 funcionários do SEF (Carreira de Investigação e Fiscalização e Regime Geral), a percentagem de adesão à greve por parte dos funcionários não policiais representa 3,87 por cento do universo dos trabalhadores do SEF”, acrescenta ainda o SEF.

Os funcionários do serviço documental iniciaram hoje uma greve de três dias como forma de protesto contra a situação laboral.

Responsáveis pela análise documental, são estes trabalhadores que tratam também dos Vistos Gold, dos reagrupamentos familiares, fazendo a análise de quem pode ou não vir para Portugal.

Em troca, sublinhou Manuela Niza, recebem “um salário de miséria”.

“Têm uma enorme responsabilidade, mas o salário médio líquido são 600 euros. Podiam ir para o centro de saúde tirar senhas para distribuir pelos utentes porque iriam ganhar exatamente o mesmo”, descreveu.

Estes trabalhadores pedem um estatuto próprio e a integração na lei orgânica, afirmou a presidente do SinSEF, lembrando que a carreira especial foi abolida em 2008 e desde então passaram a integrar a carreira geral.

“Os funcionários do SEF têm disponibilidade permanente, mas os funcionários do serviço documental não têm direito a subsídio de disponibilidade apesar de estarem disponíveis quando é preciso”, criticou.

Os trabalhadores protestam também contra a falta de pessoas nos serviços documentais que, segundo Manuela Niza, deveriam ser o dobro.

Sublinhando a importância do trabalho destes funcionários, que analisam os processos de concessão ou renovação de vistos, a presidente do SinSEF acrescentou que “a segurança previne-se não se combate”.

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