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Saída de Moçambique do ‘default’ é uma muito boa notícia – Consultora Eaglestone

O economista-chefe da consultora Eaglestone considerou hoje à Lusa que a retirada, pela Standard & Poor’s , de Moçambique da categoria de incumprimento financeiro é uma muito boa notícia para o país e defendeu a manutenção da consolidação orçamental.

“São muito boas notícias para o país e vêm no seguimento dos esforços das autoridades moçambicanas de restruturar a dívida com investidores privados, nomeadamente a operação concluída recentemente com os detentores da Eurobond”, disse Tiago Dionísio em declarações à Lusa, comentando a atribuição de um ‘rating’ de CCC+ pela agência de notação financeira Standard & Poors’.

O acordo com os credores, consolidado no final de outubro, “permitiu reduzir o pagamento de juros e estender a maturidade da dívida, e assim aliviar um pouco a pressão imediata no cumprimento do serviço da dívida até que o país comece a receber receitas do gás natural liquefeito”, acrescentou o analista.

A agência de notação financeira Standard & Poor’s (S&P) melhorou o ‘rating’ de Moçambique para CCC+, retirando-o da categoria de Incumprimento Financeiro (‘default’) e atribuindo à economia do país uma Perspetiva de Evolução Estável.

“O Governo de Moçambique completou uma troca de títulos de ‘dívida problemática’ no seguimento dessa resolução, estamos a melhorar o ‘rating’ para emissões em moeda estrangeira de curto e longo prazo, de SD (selective default – incumprimento financeiro seletivo), para CCC+/C e afirmamos as emissões em moeda nacional no patamar B-/B”, lê-se numa nota divulgada pela agência de notação financeira.

“A restruturação da dívida moçambicana com os investidores privados tem permitido uma certa normalização das relações com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que já se mostrou disponível para voltar a ajudar financeiramente o país, e também o retomar da ajuda externa para financiar o orçamento do estado, que tem sido fundamental para o desenvolvimento de Moçambique”, apontou Tiago Dionísio.

Para o analista, a gestão da dívida pública tendo em conta o aumento do endividamento não é uma questão apenas de Moçambique ou de Angola, ambos com rácios face ao PIB perto dos 100 por cento, mas sim de vários países africanos.

“A sustentabilidade da dívida é uma questão muito relevante em diversos países em África, onde os níveis de endividamento subiram muitíssimo nos últimos anos”, disse, concluindo que é “crucial para as autoridades moçambicanas continuarem a implementar medidas de consolidação orçamental que possam permitir uma redução gradual no rácio da dívida sobre o PIB”.

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