Rui Marinho, da Ordem dos Médicos, reforçou as denúncias ontem feitas pelo bastonário e pelo presidente da Associação Portuguesa de Bioética: há médicos que, em hospitais do Serviço Nacional de Saúde, estão a ser proibidos de prescrever determinados medicamentos.

O bastonário da Ordem dos Médicos (OM) denunciou e o presidente da Associação Portuguesa de Bioética concordou, mas o Ministério da Saúde alegou não ter conhecimento de casos concretos. Hoje, o responsável pela área de Hepatologia da OM, Rui Marinho, foi ao Parlamento comprovar que é verdade: há clínicos que, em hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), estão a ser proibidos de prescrever determinados medicamentos.

Rui Marinho foi chamado ao Parlamento por deputados do PS, na sequência das declarações do bastonário, para dizer que comprova a existência desta situação em hospitais do Norte e do Centro do país, revelando ainda que a polémica peca por antiga: a Ordem anda a denunciar estes casos há um ano.

“Conheço muito bem os hepatologistas do país e sei que eles não conseguem fazer os medicamentos porque são caros. Curam a doença, mas não conseguem prescrever porque as administrações não autorizam”, afirmou o responsável pela área de Hepatologia da OM.

Os casos apresentados por Rui Marinho aos deputados do PS visaram em especial as doenças do fígado. O bastonário, José Manuel Silva, tinha exemplificado com casos de hepatite C, enquanto Rui Nunes, presidente da Associação Portuguesa de Bioética, citou situações envolvendo o combate a cancros.