A história envolve um bolo, Cristiano Ronaldo e um avião que partiu sem o craque português. Foi difundida pela agência noticiosa EFE e propagada pela imprensa. Afinal, era boato, nascido de um blogue de humor e que voou para as redes sociais. Ronaldo não perdeu o avião, não quis comer qualquer bolo, nem tinha fome. A sede de informação é que suscita estes casos de falsas notícias.

A história começou num blogue de humor e é contada na primeira pessoa. Cristiano Ronaldo revela que tinha ido a uma cafetaria “comprar um bolo, até que o avião descolou”. Até que uma agência de notícias, a EFE, difunde a informação, que se propaga por diversos jornais.

A notícia insólita sobre o voo que Cristiano Ronaldo perdeu – entre as cidades de Donetsk, na Ucrânia, e de Poznan, na Polónia, depois de Portugal ter perdido com a Espanha, nas meias-finais do Euro’2012 – por culpa do desejo de um bolo chega então a diversos jornais espanhóis, que publicam a informação.

A imprensa portuguesa tenta confirmar a veracidade da notícia e conclui que é falsa. O Jornal de Notícias apresenta até imagens que comprovam que Ronaldo chegou ao destino programado e não perdeu qualquer avião. A Federação Portuguesa de Futebol também desmente o episódio, através de uma fonte oficial que foi contactada.

E esta falsa notícia sobre Ronaldo, que nasceu na EFE, citando fonte do Centro de Informações do Euro’2012, acaba por ser corrigida pela própria agência espanhola, que acusa a imprensa ucraniana de prestar informações que não correspondem à verdade.

“O capitão da seleção portuguesa, Cristiano Ronaldo, não perdeu o avião, ao contrário do que informou a imprensa ucraniana, tendo como base uma falsidade difundida pelas redes sociais”, refere a EFE.

Entretanto, Ronaldo já estava em Lisboa, onde aterrou com a restante comitiva, ontem, depois da participação naquela prova em solo ucraniano e polaco. Jornais de referência em Espanha e no Brasil deram grande destaque ao boato sobre a alegada fome de Ronaldo que o levou a perder um avião.

As redes sociais são cada vez mais fonte de notícia e a informação online circula em excesso de velocidade. Esta fome de Ronaldo junta-se a outros episódios semelhantes, em que a imprensa assume como verdadeira matéria que não tem qualquer validade. A falsa imagem de Bin Laden morto foi o caso mais paradigmático de uma realidade que deve suscitar reflexão.