É uma história triste, de Robyn Benson, uma mulher que deu à luz em morte cerebral. Robyn partiu no dia em que o bebé nasceu. Foi mãe sem saber e garantiu a vida do bebé. Morre no dia que deveria ser o mais feliz da sua vida.

A frieza da ciência obriga a escrever que Robyn Benson foi uma mãe ausente, porque deu à luz em coma, em morte cerebral, situação em que os médicos a mantiveram para que pudesse completar o período de gestação.

No passado sábado, dia do parto, naturalmente de cesariana, Robyn despediu-se do mundo, sem conhecer o feto que carregou. Iver nasceu, está bem e Dylan Benson, o pai, teve de misturar a tristeza da morte da mãe com a felicidade de ser pai.

Mas esta história não tem apenas ciência. Tem muito mais do que os frios factos relatados, porque o mundo ficou sensibilizado com a história desta canadiana, em morte cerebral desde dezembro.

Os médicos conseguiram salvar Iver Cohen Benson, que nasceu e um dia vai perceber a firmeza da mãe que nunca teve, ou que teve entre o parto e o momento em que foram desligados os suportes básicos de vida.

Ao pai, de 32 anos, coube a tarefa de dizer adeus à mulher. E os mesmos braços com que abraçou Robyn seguram agora Iver, um bebé que transportará o coração e a alma da mãe.

De volta à ciência: nas próximas semanas, o bebé vai ficar internado, porque nasceu prematuro e necessita de ganhar peso e de aprender a respirar. O recém-nascido apresenta um bom prognóstico, apesar de todas as circunstâncias.

Um caso semelhante ocorreu no Texas (EUA), no final do ano passado, mas o desfecho foi trágico. Marlise Munhoz morreu de embolia pulmonar e ficou ligada às máquinas durante um mês, mas o marido mandou desligar os ventiladores quando os médicos detetaram que o feto não estava a desenvolver-se normalmente.