O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, promete atacar as rendas da energia com “cortes adicionais” de 500 milhões de euros. O governante criticou ainda o “sonho” de José Sócrates “na área das renováveis” que “foi onerar as famílias portuguesas” e “as empresas”.
As rendas excessivas da energia, que a troika definiu como um dos problemas estruturais da economia portuguesa a resolver com urgência, voltam à agenda do Governo. Ontem à noite, numa entrevista à SIC Notícias, o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, garantiu que serão impostos “cortes adicionais” no valor de “500 milhões de euros”.
“Sabemos quem com as medidas adicionais, vamos ter pelo menos cortes adicionais nas rendas da energia em mais 500 milhões de euros”, explicou o ministro da Economia, reforçando: “os 2000 milhões de euros que foram cortados e os 500 milhões adicionais são a prova muito clara que a nossa intenção é tornar o sistema eléctrico nacional sustentável”.
“No decreto-lei que aprovámos”, revelou o governante, “o que for feito em Espanha será feito aqui ao nível dos grandes consumidores industriais”, mas sendo “os produtores que vão assumir essa diferença”.
Uma “diferença” que serviu a Santos Pereira para atacar o Governo de José Sócrates: “não mais nenhum governo deve fazer o que fizeram os anteriores, nomeadamente o anterior, que foi onerar as famílias portuguesas, onerar as nossas empresas, por causa de um sonho de termos campeões nacionais na área das renováveis”.
O objetivo é tornar a economia mais competitiva, sublinhou o ministro. De acordo com o Eurostat, Portugal tinha, no final do ano passado, a quarta eletricidade mais cara e o terceiro gás mais caro da União Europeia, numa medição relativa ao poder de compra.
Os cortes nas rendas da energia foram definidos com o intuito de eliminar a dívida tarifária – atualmente de cerca de 3000 milhões de euros – até 2020. Nos contratos de Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual, a medida abrange unicamente a EDP, com um corte de 200 milhões de euros, mas até 2027.
Na energia eólica, dezenas de parques, com vários operadores e tarifas distintas, serão abrangidos pelo plano, tal como nas cogerações e nas mini-hídricas. Nas garantias de potência, os tês grandes produtores – EDP, Endesa e Iberdrola – são os visados.