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Redes angariam trabalhadores da construção para escravatura no estrangeiro

construcao2O desemprego na construção em Portugal atinge níveis dramáticos, o que levou a Secretaria de Estado das Comunidades e o Sindicato da Construção a realizar uma campanha de sensibilização que tenta travar a angariação de mão de obra para o estrangeiro, por parte de redes criminosas que prometem emprego e oferecem escravatura. O Governo é alvo de críticas e há promessas de convulsão social, se o setor, que cria 10 mil desempregados por mês, não for apoiado.

Todos os meses, em média, há 10 mil novos trabalhadores da construção civil que perdem o emprego, o que suscita um alerta por parte do Sindicato da Construção de Portugal: está iminente uma “revolta social”.

Este sindicato estabeleceu um acordo com a Secretaria de Estado das Comunidades que tenta travar outro fenómeno paralelo: a busca de mão de obra, por parte de redes organizadas, que se aproveitam das condições de desespero dos trabalhadores para tentarem levá-los para o estrangeiro (Alemanha, França e Inglaterra, sobretudo).

As promessas de empregos bem remunerados, feitas por de redes mafiosas, não são mais do que uma mentira, porque, na realidade, o que espera esses trabalhadores são condições degradantes, de autêntica escravatura, fora do seu país de origem.

O desemprego no setor da construção levou a que “redes mafiosas reaparecessem com força”, alerta o presidente do Sindicato de Construção, Albano Ribeiro, numa conferência de Imprensa realizada no Porto.

Essas redes operam “em várias regiões do país” e tentam “levar trabalhadores para França, Alemanha, Inglaterra, entre outros países”. Prometem-lhes uma “série de regalias, mas a realidade é que são tratados como verdadeiros escravos”. A vulnerabilidade destes trabalhadores da construção é um ator encorajador para que aceitem promessas de emprego que não são reais.

E é neste quadro que o Sindicato da Construção de Portugal lança uma ação de sensibilização, chamada ‘Campanha no Mundo 201’. O objetivo é alertar os profissionais a recolher informações sobre a imigração. O sindicato espera que esta campanha chegue a milhares de trabalhadores portugueses, ou que estejam em países europeus que são destinos de emigrantes.

Mas não é apenas os trabalhadores desempregados que preocupam o Sindicato de Construção. O cenário do setor suscita enorme apreensão, com perspetivas de perdas de postos de trabalho na ordem das centenas de milhar, em consequência do termo de obras que estão perto do seu final.

Esta situação vai provocar, de acordo com Albano Ribeiro, uma “verdadeira revolta social”. Aquele dirigente sindical estima que o desemprego em Portugal atinja os “18 por cento”, só com o ‘contributo’ da área da construção.

Albano Ribeiro lança críticas ao Governo, por não “estabelecer diálogo com os parceiros sociais”. O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, é chamado de “coveiro do setor da construção”. O sindicato promete sair às ruas para manifestar a sua revolta.

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