“Bastante nervoso e em baixo”, Afonso Dias entregou-se ontem, na cadeia de Guimarães, para cumprir a pena de três anos pelo rapto de Rui Pedro, cometido em 1998. De acordo com o advogado Paulo Gomes, o camionista esgotou os recursos e só lhe resta o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.

Condenado a três anos de prisão pelo rapto de Rui Pedro, o menino de 11 anos de Lousada, cometido em 1998, Afonso Dias entregou-se ontem às autoridades, apresentando-se no Estabelecimento Prisional de Guimarães.

Sabendo por intermédio do advogado, Paulo Gomes, que os mandados de detenção já tinham sido emitidos, o camionista começou ontem a cumprir uma pena que poderá ser antecipada para ano e meio, dependendo do comportamento enquanto recluso.

“O meu cliente estava bastante nervoso e em baixo, tem algum receio”, admitiu Paulo Gomes, citado pelo Expresso.

O advogado lembrou que Afonso Dias esgotou todos os recursos possíveis na justiça portuguesa, restando-lhe apenas a hipótese de apelar ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.

“Só que isso não altera a pena”, acrescentou, “e por isso tem mesmo de cumprir a condenação”.

Esse eventual recurso para o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem surge depois do Tribunal Constitucional ter rejeitado, em janeiro, o último recurso apresentado pela defesa.

Depois de absolvido em primeira instância, no Tribunal de Lousada, Afonso Dias foi condenado pela Relação do Porto, sendo a sentença confirmada depois pelo Supremo Tribunal de Justiça.

Foi a 4 de março de 1998 que Rui Pedro, então com 11 anos, foi visto pela última vez. Afonso Dias foi condenado por rapto após ter sido provado que levou a criança a um encontro com uma prostituta.

Rui Pedro continua desaparecido.