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Radioterapia: Revista aponta falta de aparelhos, especialista garante que não há “doentes por tratar”

Para esta publicação, a taxa nacional é de 4,6 máquinas por cada milhão de habitantes, valor inferior aos 5,3 por cento da média da União Europeia. Na mesma análise, a Lancet adianta que 19 por cento dos tratamentos oncológicos não são realizados, em Portugal, por falta de aparelhos.

Esta acusação já foi negada pelo Hospital de Braga, através do diretor do serviço de Radioterapia. Paulo Costa não acredita que algum utente com cancro fique por tratar devido à falta de aparelhos, embora adiante ser provável que o tratamento implique uma maior deslocação.

“Não creio que haja doentes por tratar. Provavelmente, o que existe é que os doentes têm de fazer um percurso maior para se deslocarem a um centro de radioterapia para acederem a um tratamento, por vezes com um bocadinho mais de custos. Talvez não fosse a solução ideal”, explicou Paulo Costa, respondendo a um pedido da Lusa para comentar o artigo da Lancet.

O especialista defende a criação de centros de tratamento de proximidade, facilitando a acessibilidade à terapêutica para os utentes, embora alegando que “estamos em linha com países da Europa como a Alemanha e a Áustria”. O artigo publicado, argumentou, é “muito generalista” e peca por não ter um enquadramento temporal, ignorando “o esforço notável” dos últimos dez anos para “dotar o país com soluções tecnológicas nesta área”.

Paulo Costa, que salientou a Beira Interior como uma região necessitada de centros de radioterapia a funcionar “numa lógica de proximidade”, revelou ainda que “isso é parte de um plano que está a ser executado e que vai acabar por cobrir o país adequadamente”.

A Lusa cita ainda dados da Entidade Reguladora da Saúde para salientar que três em cada dez residentes em Portugal continental, quando se deslocam para efetuar tratamentos de radioterapia, necessitam de pelo menos 45 minutos de deslocação por via rodoviária.

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