Os valores da pressão atmosférica em Portugal foram, no dia 9, semelhantes aos da Sibéria e do Alasca. São “números invulgares”, reconhece o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, que agravam a sensação de frio e podem causar dores de cabeça.
Se tem sentido um peso invulgar na cabeça não culpe a consciência: é mesmo da pressão atmosférica.
Esta condição meteorológica tem conhecido “números invulgares” nos últimos dias e, a 9 de janeiro, chegou mesmo a atingir valores que se assemelham aos registados em locais como a Sibéria e o Alasca.
Os números têm sido altos e, no dia 9, atingiram mesmo valores nunca vistos em Portugal, de acordo com um comunicado do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
“A pressão atmosférica não se vê e pode definir-se, de uma forma simples, como o peso do ar que está em cima de nós”, explicou Pedro Viterbo, em declarações à TSF.
O diretor do Departamento de Meteorologia e Geofísica do IPMA salientou que este ‘peso em cima de nós’ agrava a sensação de frio (como se estivéssemos, digamos, na Sibéria…) e pode provocar desconforto, como dores de cabeça.
Ainda de acordo com o IPMA, a causa desta elevada pressão atmosférica é a presença de um anticiclone de bloqueio, que tem impedido a Península Ibérica e a região atlântica adjacente de beneficiar do anticiclone dos Açores.
“A culpa é de um bloqueio, que não se via há vários anos, no anticiclone dos Açores, e que se prolonga há semanas”, acrescentou Pedro Viterbo.
No dia 9, o núcleo do anticiclone de bloqueio esteve entre Bragança e Salamanca, levando a que os valores da pressão (medidos em hPa) atingissem os 1050 em Chaves e em Bragança.
Praticamente todo o país ficou, nesse dia, com uma pressão superior a 1040 hPa, um fenómeno nunca registado em Portugal, mas normal para a Sibéria e para o Alasca.